RIO PIRACICABA

Represas vão garantir controle da vazão

Avaliações para garantir a Segurança Hídrica na Região já começaram

Adriana Ferezim
adriana.ferezin@gazetadepiracicaba.com.br
01/10/2019 às 09:25.
Atualizado em 27/04/2022 às 22:21

Barragem do Rio Jaguari na cidade de Pedreira, na Região de Campinas, já começa a receber água (Leandro Ferreira)

Terça-feira, 1º de outubro de 2019 A construção das Barragens, de Pedreira (SP), em andamento, e a de Amparo (SP), ainda em fase de análises técnica e de impacto ambiental, tem o objetivo de garantir a Segurança Hídrica na Região, principalmente no Rio Piracicaba. “Quando estiverem em operação, os dois reservatórios irão armazenar a água da chuva e ela será liberada no período da estiagem. A proposta é que tenhamos o dobro da vazão que tem sido registrada no Piracicaba”, afirmou Sergio Razera, diretor-presidente da Agência das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Neste ano, desde junho, já houve períodos de registros de 10 m3/s, 16 m3/s e 19 m3/s no Rio Piracicaba. “A proposta é que com a água liberada dos dois reservatórios, poderemos ter uma vazão a mais de aproximadamente 10 metros cúbicos de água por segundo, do que a atual. Juntas, a capacidade de liberação de água das Barragens poderá ser de quase 15 m3/s. Os Comitês das Bacias PCJ fazem a gestão com responsabilidade, como acontece com o Sistema Cantareira, para garantir prioritariamente o abastecimento dos municípios para a população e água suficiente para a fauna e flora dos rios”, explicou. “Ainda não será o ideal para o Piracicaba, mas a situação será melhor que a de hoje”, completou. Uma discussão que começa a surgir entre os representantes do Comitê é o complemento da obra das Barragens com a construção de tubulações para levar água para os municípios que ficam ao lado do reservatório e também à montante dos rios. “Seria como uma mini transposição para que cidades como Campinas, Atibaia e até mesmo Jundiaí, também possam contar com mais água para o abastecimento no período da estiagem. A dificuldade para concretizar esse próximo passo é o custo desse projeto. É obra cara, e estamos avaliando que ela pode ser necessária para ampliar a Segurança Hídrica na Região”, disse Razera.  Outra Barragem Outra Barragem está prevista no Rio Camanducaia, em Amparo, mas não tem prazo de início previsto, porque o Daee ainda não conseguiu a outorga para o barramento por causa da qualidade da água, que tem alta concentração de fósforo. Para que a água possa ser utilizada, haverá necessidade de melhorar o tratamento de esgoto das cidades situadas ao longo do rio. Em 2016, a Agência Nacional de Águas indeferiu o pedido de outorga preventiva com base em análise que mostram que o represamento do Rio Camanducaia geraria problemas de perda de qualidade da água, com a chamada eutrofização - desastre ambiental que pode ocorrer num lago ou reservatório pela concentração de nutrientes. O enriquecimento com nutrientes, como fósforo, conduz a uma proliferação exagerada da flora aquática, mau cheiro, mortandade de peixes, mudança na biodiversidade aquática e contaminação da água por toxinas. (MTC) Segurança da Barragem Mesmo sem ter uma data definida para apresentação dos Planos de Segurança e de Emergência da Barragem no Rio Jaguari, em Pedreira (SP), as obras seguem rápidas com a escavação da área onde o reservatório será construído e do canal de desvio do Rio. A Barragem ocupará uma área de vazão de drenagem de 930 quilômetros quadrados e terá 26 milhões de metros cúbicos de volume útil, permitindo, segundo o Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee), o aumento da vazão garantida, de 5,9 mil litros por segundo para 8,2 mil litros. A Barragem está sendo construída em aterro compactado e terá altura máxima de 50 metros. O conjunto prevê tomada de água seletiva, para a retirada de água da superfície do reservatório. Haverá também uma escada de transposição de peixes, e um Vertedouro tipo escada de concreto, com capacidade de vazão de 1,54 metros cúbicos por segundo. Os Planos de Segurança e de Emergência da Barragem no Rio Jaguari, cobrados por vereadores, prefeito e moradores, ainda não têm prazo para ser apresentado à Defesa Civil e à população. A previsão inicial é que seriam divulgados no final de julho. Segundo o Daee, os planos preliminares estão concluídos e em fase de revisão, mas ainda não há uma data definida para a apresentação ao debate. O prefeito de Pedreira, Hamilton Bernardes (PSB) tentou na Justiça interromper as obras, mas sem sucesso. Em fevereiro, ele embargou as obras, mas o Daee conseguiu na Justiça a liberação. A exigência dos Planos de Segurança e de Emergência ganhou força após o desastre em Brumadinho. Vereadores apresentaram projetos para impedir a construção da Barragem, mas foram vetados pelo prefeito, por inconstitucionalidade. Manifestações também vêm ocorrendo em Pedreira, contra a construção. O enchimento da Barragem, segundo estimativa do Daee, será concluído em julho de 2021. A construção de uma barragem no rio Jaguari integra projeto do governo do Estado para garantir reserva de água bruta para a Região de Campinas. O investimento será de R$ 256 milhões. (Maria Teresa Costa/RAC)

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