INTERNACIONAL

Relator da ONU pede libertação de Assange na espera de sua possível extradição

O relator das Nações Unidas sobre tortura pediu nesta terça-feira (8) às autoridades britânicas que "libertassem imediatamente" Julian Assange ou o colocassem em prisão domiciliar até que o pedido de extradição dos EUA seja resolvido

AFP
08/12/2020 às 12:19.
Atualizado em 24/03/2022 às 03:54

O relator das Nações Unidas sobre tortura pediu nesta terça-feira (8) às autoridades britânicas que "libertassem imediatamente" Julian Assange ou o colocassem em prisão domiciliar até que o pedido de extradição dos EUA seja resolvido.

"Assange não é um criminoso e não representa nenhuma ameaça para ninguém, então seu isolamento prolongado em uma prisão de alta segurança não é necessário nem proporcional e claramente precisa de base legal", afirmou o suíço Nils Melzer em um comunicado.

A opinião deste especialista, que tem o mandato do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, não compromete a organização.

"À luz da decisão de primeira instância sobre sua extradição, marcada para 4 de janeiro", Melzer também reiterou seu apelo às autoridades britânicas para que não o extraditem para os Estados Unidos devido a "graves problemas de direitos humanos" nesse País.

Os Estados Unidos querem julgá-lo pela divulgação de centenas de milhares de documentos confidenciais.

Enquanto aguarda a decisão britânica, o fundador do Wikileaks está encarcerado na prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres, onde sua condição de vida na prisão foi denunciada por Melzer.

Considera que seu "isolamento prolongado" equivale "não apenas à detenção arbitrária, mas também à tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes", e expressa preocupação especial com "a exposição de Assange à covid-19 devido a sua condição médica pré-existente".

A Justiça americana quer julgar o australiano, de 49 anos, por espionagem. Ele pode pegar 175 anos de prisão por ter liberado, até 2010, mais de 700.000 documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas americanas, especialmente no Iraque e no Afeganistão.

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