INTERNACIONAL

Reino Unido vai anular tarifas punitivas da UE sobre os EUA

O Reino Unido vai levantar, após o Brexit, as tarifas punitivas impostas pelos europeus aos produtos americanos em meio a uma disputa entre Airbus e Boeing, dissociando-se da UE, na esperança de garantir um acordo comercial com Washington

AFP
09/12/2020 às 13:19.
Atualizado em 24/03/2022 às 03:56

O Reino Unido vai levantar, após o Brexit, as tarifas punitivas impostas pelos europeus aos produtos americanos em meio a uma disputa entre Airbus e Boeing, dissociando-se da UE, na esperança de garantir um acordo comercial com Washington.

Anunciada nesta quarta-feira (9) pelo Executivo de Boris Johnson, a decisão será aplicada a partir de 1o de janeiro, depois que o país sair do mercado único europeu e da união aduaneira no fim de seu período de transição pós-Brexit.

Isso deve "ajudar a aliviar as tensões, à medida em que Estados Unidos e Reino Unido passarem para a próxima fase de sua relação comercial", afirmou o Ministério do Comércio Internacional em uma nota.

Londres busca "encontrar uma solução para este litígio comercial" em torno de duas grandes fabricantes de aviões, a europeia Airbus e a americana Boeing, afirmou o Ministério, que se reserva o direito de impor novamente as tarifas, se considerar necessário.

Airbus e Boeing e, por meio delas, União Europeia e Estados Unidos, confrontam-se desde outubro de 2004 na Organização Mundial do Comércio (OMC), devido às subvenções públicas pagas aos dois grupos. Ambas as partes consideram ilegais os subsídios aplicados.

Desde 2019, os Estados Unidos impõem tarifas punitivas às importações europeias, como vinho, queijo e azeite de oliva, ou o uísque escocês, assim como uma taxa de 15% aos aviões da Airbus.

Washington foi autorizada a impor essas tarifas pela OMC, por um valor equivalente a US$ 7,5 bilhões.

Em represália, a UE aplicou, a partir deste ano, adicionais a importações procedentes dos Estados Unidos pelo valor de US$ 4 bilhões.

O Reino Unido afirmou, no entanto, que manterá outras tarifas, em resposta às taxas americanas ao alumínio e ao aço - uma disputa comercial sem relação com os fabricantes aeronáuticos.

A partir de 1o de janeiro, "como nação comercialmente independente, finalmente temos a capacidade de estabelecer essas tarifas em nosso próprio interesse", disse a ministra do Comércio Internacional, Liz Truss.

jbo/acc/jz/aa/tt

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