Reino Unido e a União Europeia alcançaram nesta quinta-feira (24) um acordo comercial pós-Brexit no limite, a apenas uma semana da separação definitiva, o que permitirá evitar uma ruptura brusca de consequências caóticas nas áreas econômica e política
Reino Unido e a União Europeia alcançaram nesta quinta-feira (24) um acordo comercial pós-Brexit no limite, a apenas uma semana da separação definitiva, o que permitirá evitar uma ruptura brusca de consequências caóticas nas áreas econômica e política.
"O acordo está feito", tuitou o primeiro-ministro Boris Johnson. "É um acordo bom para a Europa", completou.
O Reino Unido continuará sendo "amigo, aliado e o primeiro mercado" da União Europeia apesar do Brexit, disse Boris Johnson pouco depois, antes de afirmar que o acordo comercial é "bom para toda a Europa" .
"Digo isso diretamente aos nossos amigos e parceiros na UE: acredito que este acordo significa uma nova estabilidade e certeza no que tem sido uma relação às vezes amarga e difícil. Seremos seus amigos, seus aliados, seu apoio e, não esquecemos , seu primeiro mercado porque, embora tenhamos abandonado a UE, este país permanece cultural, emocional, histórico, estratégico e geopoliticamente unido à Europa", disse Johnson em uma entrevista coletiva.
"Teremos uma relação comercial forte com a UE e aprofundaremos nosso comércio com sócios em todo o mundo por meio de nossa política comercial independente", disse a ministra do Comércio Internacional, Liz Truss.
Para a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, muito envolvida nas negociações, que corriam o risco de fracasso até o fim, o pacto comercial pós-Brexit é um "bom acordo, equilibrado, justo".
A chanceler alemã, Angela Merkel, declarou que "tem confiança de que é um bom resultado".
Após uma longa noite de negociações em Bruxelas, o anúncio do acordo histórico parecia iminente na madrugada de quinta-feira, mas problemas de última hora com as cotas de pesca deixaram todos em suspense durante grande parte do dia, chegando a provocar o temor de fracasso.
O anúncio na véspera de Natal, em tese, dará tempo suficiente para que o acordo seja aprovado pelos 27 países membros da UE e possa entrar em vigor a partir das 23h00 GMT do dia 31 de dezembro, quando termina o período de transição pós-Brexit.
O texto complexo e cheio de detalhes técnicos, de quase 2.000 páginas segundo a imprensa britânica, ainda terá que ser ratificado pelo Parlamento Europeu e pelos deputados britânicos de Westminster.
Os parlamentares britânicos devem receber a ordem para interromper o recesso de Natal e retornar à Câmara no início da próxima semana.
Graças à grande maioria parlamentar do Partido Conservador de Johnson, obtida há um ano com promessa de "fazer o Brexit", o texto tem a aprovação garantida no Reino Unido.
O Parlamento Europeu celebrou o anúncio do acordo, mas advertiu que "continuará trabalhando antes de decidir se aprova ou não o texto no próximo ano", declarou seu presidente David Sassoli.
O Parlamento "lamenta que a duração das negociações e o caráter "in extremis" do acordo não permitam um verdadeiro controle parlamentar antes do final do ano ... O Parlamento continuará trabalhando nas comissões competentes e em sessão plenária" antes de uma decisão no início de 2021, destacou.
A aprovação dos eurodeputados é essencial para a entrada em vigor oficial do acordo, que, no entanto, será aplicado de maneira provisória.