O rei emérito Juan Carlos I, exilado em Abu Dhabi e cercado por investigações judiciais, pagou de forma voluntária ao fisco espanhol quase 4,4 milhões de euros (5,3 milhões de dólares) para regularizar sua situação, informou nesta sexta-feira (26) seu advogado
O rei emérito Juan Carlos I, exilado em Abu Dhabi e cercado por investigações judiciais, pagou de forma voluntária ao fisco espanhol quase 4,4 milhões de euros (5,3 milhões de dólares) para regularizar sua situação, informou nesta sexta-feira (26) seu advogado.
"Juan Carlos me deu instruções para que tornar público que procedeu a apresentação (...) de uma declaração sem requerimento prévio de qualquer tipo, da qual resultou uma dívida tributária, já paga, de 4,395 milhões de euros", afirmou o advogado em um comunicado, que confirma informações da imprensa.
O pagamento pretende liquidar os impostos que o ex-chefe de Estado (1975-2014) deveria ter pago pelos voos em jatos particulares que foram financiados por uma fundação com sede em Liechtenstein pertencente a um de seus primos.
Esta é a segunda vez que o rei emérito, de 83 anos, faz um pagamento para liquidar dívidas fiscais.
Em dezembro, ele pagou 680.000 euros (820.000 dólares) ao fisco, uma regularização vinculada a uma investigação anticorrupção vinculada ao uso pelo rei emérito de cartões de créditos pagos por contas de terceiros: um empresário mexicano e um coronel da Aeronáutica espanhola.
Se não tivesse feito o pagamento, ele poderia ter cometido lavagem de dinheiro, em fatos que também teriam ocorrido após 2014, data a partir da qual perdeu a imunidade como chefe de Estado por abdicação.
No exílio desde agostos nos Emirados Árabes, em meio a crescentes suspeitas sobre a origem de sua fortuna, Juan Carlos está envolvida em três investigações judiciais.
A principal delas, aberta pela justiça espanhola depois de uma investigação iniciada pela justiça da Suíça, busca determinar se o então monarca recebeu uma comissão pela atribuição a um consórcio de empresas espanholas em 2011 de um contrato de trem de alta velocidade na Arábia Saudita.
Outra investiga uma suposta lavagem de dinheiro, ligada, segundo a imprensa espanhola, a uma estrutura com milhões de euros em paraísos fiscais.
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