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Rei emérito da Espanha, Juan Carlos I, paga dívida fiscal de quase 680 mil euros

O rei emérito espanhol Juan Carlos I pagou 678.393 euros (cerca de 820 mil dólares) ao Tesouro para saldar uma dívida tributária gerada após ter feito uma declaração extraordinária, informou seu advogado em comunicado divulgado nesta quarta-feira (9)

AFP
09/12/2020 às 18:52.
Atualizado em 24/03/2022 às 03:59

O rei emérito espanhol Juan Carlos I pagou 678.393 euros (cerca de 820 mil dólares) ao Tesouro para saldar uma dívida tributária gerada após ter feito uma declaração extraordinária, informou seu advogado em comunicado divulgado nesta quarta-feira (9).

O monarca, que abdicou em 2014, foi para o exílio nos Emirados Árabes em agosto depois que se multiplicaram as suspeitas de que ele mantém uma fortuna oculta no exterior, motivo pelo qual é alvo de investigações judiciais na Espanha.

"O Rei Juan Carlos (...) apresentou às autoridades tributárias competentes declaração sem prévio requerimento, da qual resultou uma dívida tributária, já paga, no montante de 678.393,72 EUR, incluindo juros e acréscimos", disse seu advogado Javier Sánchez-Junco em um comunicado.

Na nota, o advogado indica ainda que o seu cliente "continua, como sempre esteve, à disposição do Ministério Fiscal para qualquer procedimento ou ação que julgar conveniente".

Segundo o jornal El País, que adiantou a ação no domingo, esta declaração fiscal visa colocar em ordem a situação financeira do ex-monarca em relação a uma investigação sobre o uso de cartões de crédito com fundos poucos transparentes pelos quais ele poderia ser processado.

Em novembro, soube-se que a promotoria de combate à corrupção investigava se Juan Carlos I havia utilizado contas bancárias em nome de terceiros com recursos de origem desconhecida, o que poderia constituir crime de lavagem de dinheiro.

Fontes legais indicaram então que as contas investigadas eram controladas por uma empresa mexicana e um oficial da Força Aérea espanhola.

O rei emérito poderia ser processado por isso, já que a movimentação de fundos e o uso desses cartões ocorreram após sua abdicação, em junho de 2014, quando perdeu a imunidade que possuía como chefe de Estado.

Há quatro meses, Juan Carlos I, cujas finanças estão sendo investigadas em outros dois casos, foi morar nos Emirados Árabes Unidos.

A primeira investigação foi aberta há dois anos, quando promotores examinaram o contrato de um trem de alta velocidade na Arábia Saudita, ganho por um consórcio de empresas espanholas em 2011, para saber se o então monarca cobrou uma comissão.

De acordo com o jornal suíço La Tribune, o falecido rei Abdullah depositou, em 2008, 100 milhões de dólares em um banco suíço privado ao qual Juan Carlos I teve acesso, o que gerou suspeitas de que se tratava de uma propina pelo contrato que foi concedido três anos depois.

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