Cismetro na Câmara

Rede pública já perdeu mais de 100 médicos

Luciano Almeida afirma que falta de médico é um problema crítico e enfatiza necessidade de convênio

Romualdo Cruz Filho
04/08/2022 às 07:34.
Atualizado em 04/08/2022 às 07:36
A rede pública já perdeu mais de 100 médicos, seja por aposentadoria ou qualquer outro motivo (Divulgação)

A rede pública já perdeu mais de 100 médicos, seja por aposentadoria ou qualquer outro motivo (Divulgação)

Durante o evento de lançamento do projeto denominado Decola Pira, no dia de aniversário de Piracicaba (1/8), no anfiteatro da prefeitura, o prefeito Luciano Almeida (sem partido) disse que a rede pública de saúde corre sério risco de colapso por falta de médicos.

Das 90 vagas abertas em concurso público para contratação de profissionais, das mais diversas especialidades, apenas 10 médicos se inscreveram e somente dois, dentre os aprovados, aceitaram trabalhar na rede SUS. A informação foi confirmada na mesma hora pelo secretário de Saúde, Filemon Silvano.

A Gazeta obteve informação que somente na atual gestão, a rede pública já perdeu mais de 100 médicos, seja por aposentadoria ou qualquer outro motivo. É que para algumas especialidades a Secretaria de Saúde não conta com nenhum profissional. 

O problema, segundo Luciano Almeida, é o teto salarial do prefeito - de R$ R$ 15.550,00 (bruto) ou R$ 11.542,53 (líquido) -, que acaba limitando o ganho desses profissionais, uma vez que, por lei, como funcionários públicos, eles não podem receber mais do que a autoridade máxima do executivo (o próprio prefeito).

O limite salarial desestimula os potenciais interessados nos postos de trabalho, uma vez que eles ganham muito mais em consultórios particulares ou junto a hospitais privados. A alternativa encontrada foi incluir Piracicaba no consórcio intermunicipal Cismetro, que oferece serviços médicos na rede pública de várias cidades da região.

O vereador Cássio Luiz (PL) elaborou um requerimento (441/2022) com o objetivo de saber mais detalhes sobre esta organização junto à prefeitura, se a infraestrutura e as equipes médicas do consórico Cismetro estavam preparadas para atender a demanda local, mas seu requerimento foi rejeitado. Por outro lado, o prefeito se comprometeu a apresentar um projeto ao Legislativo sobre como seria o escopo de adesão do município, mas até o momento não chegou nada à Câmara Municipal. 

Luciano Almeida enfatizou, no mesmo dia 1/8, que este será o melhor caminho para tentar solucionar o problema. Porque, subentende-se, o Cismetro receberia da prefeitura um valor razoável pelo convênio e poderia contratar profissionais médicos por valores condizentes à categoria, resolvendo desta forma uma limitação imposta por lei, de não poder ultrapassar o teto salarial do prefeito.

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que, com a retomada das reuniões ordinárias da Câmara dos Vereadores, nos próximos dias enviará o projeto de lei sobre a adesão do município ao Cismetro para apreciação dos parlamentares.

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