INTERNACIONAL

Quirguistão elege presidente com o populista Khaparov favorito

Os eleitores do Quirguistão votam neste domingo (10) em uma eleição presidencial cujo favorito é o populista Sadyr Khaparov, libertado da prisão em outubro por seus apoiadores durante a última crise neste país da Ásia Central com uma história política conturbada

AFP
10/01/2021 às 08:55.
Atualizado em 23/03/2022 às 22:48

Os eleitores do Quirguistão votam neste domingo (10) em uma eleição presidencial cujo favorito é o populista Sadyr Khaparov, libertado da prisão em outubro por seus apoiadores durante a última crise neste país da Ásia Central com uma história política conturbada.

Sua ascensão foi meteórica desde sua libertação da prisão, onde cumpria pena por uma tomada de reféns.

As assembleias de voto abriram às 08h00 (23h00 de sábado no horário de Brasília) e encerrarão às 20h00 (11h00 de Brasília). Os primeiros resultados serão anunciados logo após.

Nesta ex-república soviética, elogiada por seu pluralismo, mas considerada a mais instável da região, mudanças políticas repentinas são frequentes.

Os críticos de Sadyr Khaparov, de 52 anos, temem que sua vitória leve a um autoritarismo como visto nos países vizinhos: Cazaquistão, Uzbequistão e Tadjiquistão, todos comandados com mão de ferro desde a queda da URSS.

Na capital Bishkek, muitos eleitores disseram à AFP que haviam votado em Khaparov.

"Ele prometeu aumentar os salários e aposentadorias", declarou Vera Pavlova, uma aposentada, que disse que durante a campanha viu apenas "cartazes e propaganda a favor de Khaparov"

Além do presidente, os quirguizes votam neste domingo em várias emendas constitucionais que visam mudar a forma de governo: dar primazia ao Parlamento ou à presidência. Khaparov é a favor da segunda opção.

Durante a crise política em outubro, desencadeada por eleições legislativas consideradas fraudulentas pela oposição, Sadyr Khaparov foi libertado da prisão por seus apoiadores e, em seguida, um tribunal anulou sua condenação.

Desde então, ele se esforça para se apresentar como inimigo do crime organizado e da corrupção. Seus detratores, no entanto, afirmam que ele tem ligações com o submundo.

Na sexta-feira, ele se esforçou em Bishkek, em seu último comício, a adotar um tom unificador e convidou a multidão a "se unir" e "se tratar com compreensão e respeito". "Somos um país, um povo", declarou.

Com uma economia enfraquecida pela pandemia do coronavírus, o próximo presidente terá que lidar com uma forte dependência da China e da Rússia, um aliado onde trabalham centenas de milhares de migrantes quirguizes.

Desde a última crise política, o presidente russo, Vladimir Putin, criticou a instabilidade política do Quirguistão.

O embaixador da China se reuniu nos últimos meses com importantes autoridades quirguizes para garantir a proteção das empresas chinesas, algumas das quais foram atacadas em meio ao caos do outono (boreal).

O Quirguistão passou por duas revoluções, em 2005 e 2010, bem como episódios de violência étnica e as crises políticas são recorrentes.

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