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Quatro policiais envolvidos na morte de George Floyd responderão a acusações penais

O promotor que investiga a morte de George Floyd endureceu as acusações contra o policial que o asfixiou e decidiu também processar os outros três agentes presentes no incidente, que gerou uma onda de protestos que continuava estremecendo os Estados Unidos nesta quarta-feira (3)

AFP
04/06/2020 às 05:27.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:36

O promotor que investiga a morte de George Floyd endureceu as acusações contra o policial que o asfixiou e decidiu também processar os outros três agentes presentes no incidente, que gerou uma onda de protestos que continuava estremecendo os Estados Unidos nesta quarta-feira (3).

Era uma das demandas das manifestações multitudinárias contra o racismo e a violência policial, que se mantêm com força em várias cidades, desafiando toques de recolher, em meio à pandemia do novo coronavírus e a cinco meses das eleições nas quais o presidente Donald Trump tentará a reeleição.

Seu ex-secretário de Defesa, Jim Mattis, o criticou por tentar "dividir" o país em um momento em que o presidente elevou o tom em relação aos protestos, alguns dos quais terminaram em distúrbios.

Floyd, um homem negro de 46 anos, morreu asfixiado pelo policial Derek Chauvin, que pressionou o joelho contra seu pescoço durante nove minutos.

"Não consigo respirar", repetia a vítima, uma frase adotada pelos manifestantes como palavra de ordem.

Segundo os documentos judiciais, o agente Derek Chauvin, que na semana passada foi acusado de homicídio culposo, será processado também por homicídio sem premeditação, uma acusação que se soma às existentes e é punida com penas mais severas.

Além disso, o promotor acusará os outros três policiais que estavam no local - Tou Thao, de 34 anos; J. Alexander Kueng, de 26; e Thomas Lane, de 37 -, que responderão a acusações por ajudar e instigar um homicídio sem premeditação.

A família de Floyd, que havia pedido penas mais duras e que responsabilizou todos os policiais presentes no momento de sua morte, comemorou a decisão em um comunicado divulgado por seu advogado, Ben Crump: "Este é um passo importante rumo à justiça", reagiram em um comunicado, no qual também pediram aos americanos a continuar "erguendo as vozes pela mudança de forma pacífica".

As manifestações prosseguiram em várias cidades, de Nova York a Los Angeles, de Chicago a Seattle.

"É um bom começo", disse Brian Clark em um protesto em Manhattan sobre as acusações anunciadas, mas acrescentou que continuará exercendo seu "direito de protestar até que cada pessoa negra obtenha justiça".

Elijah B., que o acompanhava, considerou que "não é suficiente". "Isto poderia ter acontecido há uma semana, foi só depois que a gente começou a marchar e destruir coisas que começaram a prestar atenção".

Em Las Vegas, três ativistas de extrema direita foram detidos por uma unidade da polícia e acusados de incitar a violência durante protestos pacíficos pela morte de Floyd.

Segundo o procurador federal Nicholas Trutanich, os homens pertenciam ao movimento Bogaloo, que promove "uma guerra civil próxima e/ou o colapso da sociedade" e foram detidos com um coquetel molotov.

O governador de Minnesota, Tim Walz, disse após o endurecimento das acusações e das novas detenções, que era preciso "voltar à questão que nos ocupa... O racismo sistêmico e a falta de responsabilidade" que levou à morte de Floyd.

"Esta é provavelmente nossa última oportunidade, como estado e como nação, de reparar este problema sistêmico", indicou.

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