Quase 2.200 migrantes morreram tentando chegar à Espanha por mar neste ano, a grande maioria deles pelas Ilhas Canárias, afirmou uma ONG nesta terça-feira (29)
Quase 2.200 migrantes morreram tentando chegar à Espanha por mar neste ano, a grande maioria deles pelas Ilhas Canárias, afirmou uma ONG nesta terça-feira (29).
As chegadas de migrantes ao arquipélago aumentaram este ano em busca de rotas alternativas para chegar à Europa, devido ao aumento das patrulhas na costa mediterrânea do sul da Espanha.
Um total de 2.170 migrantes morreram nas tentativas de seguir para a Espanha de barco este ano, em comparação aos 893 em 2019, de acordo com um relatório da ONG Caminando Fronteras, que monitora os fluxos migratórios.
As 85% das mortes deste ano (1.851 mortes) ocorreram em 45 naufrágios com destino às Ilhas Canárias, de acordo com o relatório.
Por mar, a rota mais curta para as ilhas fica a mais de 100 quilômetros (60 milhas) da costa marroquina, mas é perigosa devido às fortes correntes do Atlântico.
Helena Maleno, ativista de uma ONG, atribuiu o aumento das mortes neste ano à maior distância necessária para viajar até as Ilhas Canárias e ao "desmantelamento dos serviços de resgate".
Ele também culpou a "falta de coordenação" entre os países que operam os serviços de resgate na região (Espanha, Mauritânia, Senegal e Marrocos), levando a "atrasos" no lançamento das operações de resgate.
Dados do Ministério do Interior espanhol mostram que, entre 1º de janeiro e 30 de novembro, um total de 19.566 pessoas desembarcaram no arquipélago atlântico, frente as 1.993 no ano anterior.
O aumento nas chegadas lotou os centros de recepção de migrantes nas Ilhas Canárias, forçando milhares de migrantes a viver em um acampamento improvisado no mês passado em um cais na ilha de Gran Canaria.
Eles foram finalmente transferidos para um acampamento militar e para hotéis na ilha.
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