Seth Mabry deve começar seu segundo ano na Universidade de Nova York (NYU) e diz estar disposto a fazer sacrifícios em tempos de coronavírus
Seth Mabry deve começar seu segundo ano na Universidade de Nova York (NYU) e diz estar disposto a fazer sacrifícios em tempos de coronavírus. "Vou seguir todas as regras", promete o jovem de 19 anos.
"Farei todo o possível para evitar que nos mandem voltar para casa", garante.
Ele não é o único. A prudência é essencial para evitar um novo fechamento do renomado campus localizado no coração de Greenwich Village, segundo uma dúzia de estudantes da NYU consultados pela AFP.
Os fechamentos de universidades se multiplicaram nos últimos dias. A outra grande universidade de Nova York, Columbia, anunciou na semana passada que cancelou as aulas presenciais para seus alunos do primeiro período.
Nesta semana, outras universidades se juntaram a essa decisão, como as grandes universidades da Carolina do Norte em Chapel Hill, que abriram há uma semana, Michigan State e Notre Dame, no estado de Indiana.
A decisão se deve à aparição de focos de coronavírus vinculados a reuniões de estudantes que não usavam máscara ou não respeitavam o distanciamento social.
Como a NYU, a maioria das universidades dos EUA conhecidas internacionalmente mantiveram apenas alguns cursos presenciais neste semestre. Os estudantes não são obrigados a comparecer, podem assistir as aulas pelo Zoom.
Menos de um quarto das 5.000 universidades do país preveem uma aprendizagem totalmente ou majoritariamente presencial neste semestre, segundo a revista especializada "Chronicle of Higher Education".
Em Nova York, que registrou mais de 23.000 mortes por coronavírus desde março, a pandemia está controlada há algumas semanas, com um índice de novos casos menor do que 1%, embora o medo de uma segunda onda permaneça.
O debate é forte. As decisões de algumas universidades, principalmente as públicas, não escapam à exacerbada polarização política com a aproximação das eleições presidencial e legislativa em 3 de novembro.
O presidente americano, Donald Trump, pressiona pela retomada das aulas presenciais e nos estados republicanos "as universidades mostram uma tendência de querer manter a aprendizagem presencial", destaca Chris Marsicano, autor de um projeto de monitoramento das universidades americanas contra a pandemia na Universidade Davidson, na Carolina do Norte.
Nos estados democratas, ocorre o contrário.
O debate é ainda mais polêmico para a reabertura das escolas primárias e secundárias, já que a decisão impacta no retorno ao trabalho dos pais.
Na maioria das grandes cidades do país, governadas pelos democratas, os responsáveis das escolas primárias optaram pelo ensino 100% virtual.