INTERNACIONAL

Protestos contra abuso policial e racismo continuam nos EUA

A indignação nos Estados Unidos pela morte há uma semana de George Floyd, um cidadão negro, pelas mãos de um policial branco continua viva, assim como os protestos, com alguns distúrbios apesar do toque de recolher em muitas cidades

AFP
01/06/2020 às 14:38.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:56

A indignação nos Estados Unidos pela morte há uma semana de George Floyd, um cidadão negro, pelas mãos de um policial branco continua viva, assim como os protestos, com alguns distúrbios apesar do toque de recolher em muitas cidades.

Na capital Washington, houve tumultos nas proximidades da Casa Branca com alguns danos, incêndios provocados por manifestantes, queima de bandeiras americanas e paredes pintadas com frases contra a polícia.

Em um momento em que o país enfrenta uma onda de protestos não vistos desde os anos 1960, durante a luta pelos direitos civis, fica na lembrança a imagem da Casa Branca no escuro e o presidente Donald Trump alojado no bunker de segurança.

De Nova York a Los Angeles, da Filadélfia a Seattle, no fim de semana, dezenas de milhares de americanos marcharam para denunciar a brutalidade policial, o racismo e as desigualdades sofridas pelas minorias.

Esses protestos ocorrem no momento em que mais de 100.000 pessoas morreram nos Estados Unidos devido ao novo coronavírus, e quando as medidas tomadas para mitigá-lo atingiram fortemente a economia em um ano eleitoral.

A epidemia teve um impacto devastador na comunidade negra e alguns estudos mostram que essa população sofre uma mortalidade três vezes maior que a dos brancos.

Em Washington, o protesto começou no domingo com uma marcha pacífica na qual centenas de pessoas caminharam da Universidade Howard, um bastião da cultura negra nos Estados Unidos, para a Casa Branca gritando "Não consigo respirar", as últimas palavras de George Floyd.

Durante a noite - e apesar da prefeita da cidade, Muriel Bowser, ter decretado um toque de recolher após as 23H00 (horário local) - alguns distúrbios foram registrados.

Nesta segunda-feira, a medida foi prolongada por mais dois dias e antecipada quatro horas, a partir das 19H00, anunciou Bowser.

Na Filadélfia e em Nova York e também em Santa Monica, uma periferia rica de Los Angeles, houve alguns saques.

Em Minneapolis, onde ocorreu a morte de George Floyd, o dia passou com menos incidentes do que antes, depois que as autoridades implantaram um dispositivo excepcional.

No entanto, no domingo, um caminhão entrou na rua onde estava ocorrendo a manifestação - cujo tráfego foi reduzido - e avançou em alta velocidade, causando medo entre os presentes, sem relatos de feridos.

No total, mais de 150 pessoas foram detidas por violações do toque de recolher.

O presidente Donald Trump condenou a morte de Floyd, mas também chamou os manifestantes de "bandidos" e culpou a "esquerda radical" pelas mobilizações, citando seu provável adversário das eleições em novembro, o democrata Joe Biden.

Uma das medidas tomadas pelo governo Donald Trump foi designar o grupo antifascista Antifa como uma organização "terrorista".

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