Meio ambiente

Projeto vai recompor APP no bairro Itaperu

Uma área de preservação ambiental (APP), pertencente a uma fazenda arrendada para o plantio de cana, no bairro rural Itaperu, será reflorestada por meio de projeto firmado entre a Raízen e a ONG SOS Mata Atlântica

Romualdo Cruz Filho
01/06/2022 às 08:46.
Atualizado em 01/06/2022 às 08:48
Área verde será recuperada e a região vai ser monitorada durante cinco anos pela ONG SOS Mata Atlância (Divulgação)

Área verde será recuperada e a região vai ser monitorada durante cinco anos pela ONG SOS Mata Atlância (Divulgação)

Raízen e a ONG SOS Mata Atlântica firmam o primeiro contrato de reflorestamento de área de preservação ambiental em Piracicaba. O projeto de compensação iniciou em março e abrange uma propriedade de 12 hectares, no bairro rural Itaperu. A fazenda é arrendada para o plantio de cana. 

De acordo com assessoria de comunicação da Raízen, trata-se do primeiro projeto do gênero desenvolvido junto aos seus parceiros fornecedores de cana. "Esta é o primeiro projeto selecionado, mas em breve devemos ter novidades, porque estamos desenvolvendo um diálogo intenso com outros fornecedores com potencial para participar"

Pedro Vicente Ometto Maurano, proprietário da Fazenda Torquato, beneficiada pela parceria, disse estar muito contente com a realização. "As oportunidades aparecem na vida e quando estamos preparados, podemos aproveitá-las. Temos uma pequena área no bairro rural Itaperu de 50 alqueires, que a gente arrenda para a Raízen, voltada ao plantio de cana. Há algum tempo, seguindo o novo Código Florestal, percebemos a possibilidade de recuperação da área verde que temos lá e isso muito nos estimulou. Porque entendemos que esta ação traria muito benefício ao meio ambiente, mas é onerosa para um pequeno produtor custear sozinho", explicou. 

Foram seguidas todas as exigências protocolares do processo de habilitação da área mesmo antes do projeto ser aprovado. "Fizemos o georreferenciamento e a registramos em cartório. Depois foi feito o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Na sequência, o Projeto de Recuperação Ambiental (PRA), elaborado por agrônomos. Estávamos com todos esses documentos em mãos quando nos surgir a oportunidade", conta Pedro Maurano.

"Assim que toda a burocracia estava concluída, fomos informados de que havia essa possibilidade de recuperação ambiental e que talvez nos interessasse. Participamos de uma reunião na unidade da Raízen Usina Costa Pinto, com o departamento responsável pelas parcerias, da qual participa também a multinacional Shell".

Nessa reunião preliminar estavam presentes profissionais da SOS Mata Atlântica, uma ONG sem fins lucrativos, com vasta atuação no setor de preservação, com mais de 30 anos e muitos serviços prestados. "Eles ficaram animados com o fato de termos todos os documentos de que precisavam". Foi firmado então um contrato e "nos tornamos o primeiro da série, o que muito nos orgulha.

De acordo com Maurano, não será apenas reposição de espécies nativas da Mata Atlântica no local. "A região será monitorada durante cinco anos pela ONG SOS Mata Atlântica". 

Novo Código Florestal

Esse trabalho de compensação ambiental é resultado de um avanço ocorrido no Novo Código Florestal, envolvendo empresas agrícolas que precisam resolver pendência legais de reflorestamento e não têm área disponível para essa função. Sendo assim, fazem essa compensação em outras áreas subsidiando o replantio. 

A assessoria da Raízen observa, porém, que esta parceria assinada faz parte de uma oferta de valor integrada que a empresa tem para garantir sustentabilidade nos canaviais dos parceiros, o que inclui desde a implementação de novas tecnologias até facilitação ao crédito rural.

Uma das mudanças no Novo Código Ambiental é a criação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a previsão de implantação do Programa de Regularização Ambiental (PRA) em todo o território nacional. O CAR permitirá o Governo Federal e órgãos ambientais estaduais conhecerem não só a localização de cada imóvel rural, mas também a situação de sua adequação ambiental.

Já com o PRA será possível que o estado oriente e acompanhe os produtores rurais na elaboração e implementação das ações necessárias para a recomposição de áreas com passivos ambientais nas suas propriedades ou posses rurais, seja em APP, Reserva Legal (RL) ou de Uso Restrito (UR).

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por