Os principais países produtores de petróleo, liderados pelos membros da Opep e a Rússia, tentaram nesta quinta-feira (9) chegar a um acordo sobre um corte na produção e acabar com o colapso dos preços em meio à pandemia de COVID-19
Os principais países produtores de petróleo, liderados pelos membros da Opep e a Rússia, tentaram nesta quinta-feira (9) chegar a um acordo sobre um corte na produção e acabar com o colapso dos preços em meio à pandemia de COVID-19.
"Eles estão perto de um acordo, em breve saberemos", disse o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta noite, depois de conversar com seu colega russo, Vladimir Putin, e o rei Salman, da Arábia Saudita.
Moscou e Riade lideram o grupo de países que negociam por videoconferência desde o final da tarde. Os Estados Unidos, principal produtor mundial, não são membros da Opep, mas desejam uma redução na oferta de preços, a fim de fornecer oxigênio à sua indústria de óleo de xisto.
"Existe um acordo de 80%", disse o ministro iraniano do Petróleo, Bijan Namdar Zanganeh, à televisão nacional iraniana. Já a rede de televisão privada argelina Ennahar TV anunciou as "decisões históricas" do cartel, mencionado uma redução coletiva na produção de 10 milhões de barris por dia (mbd) em maio e junho.
Este volume, corroborado pela agência de notícias russa Tass, corresponde ao anunciado por Trump há sete dias e a uma proporção mencionada anteriormente pelo ministro do petróleo do Kuwait, Jaled al-Fadhel.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não informou formalmente este acordo nem especificou como o esforço seria compartilhado entre todos os países.
No início da reunião, a OPEP fez uma avaliação alarmante do mercado de ouro preto, chamando o estado de oferta e demanda de "horrível".
"Nossa indústria sofre uma hemorragia e ninguém foi capaz de detê-la", disse o secretário geral do cartel, Mohamed Barkindo.
O ministro da Energia da Argélia, Mohamed Arkab, falou sobre uma "queda livre insustentável" do mercado, segundo a agência nacional APS.
A Agência Internacional de Energia chamou de "choque sem precedentes", com uma desaceleração da economia mundial que levará a um superávit de petróleo bruto que poderá atingir 25 mbd em abril, segundo a Rystad Energy.
Nos mercados, os preços europeus do Brent europeu e do WTI dos EUA fecharam março como o pior trimestre de sua história, com mínimos nunca vistos desde 2002.
É preciso uma redução drástica da produção, a principal arma dos membros do cartel e de seus aliados, para lidar com a queda da demanda, em um mercado que já estava excedente antes do início da pandemia.
A Rússia, o segundo maior produtor mundial, parece pronta para cooperar desta vez, ao contrário da cúpula anterior, que resultou em fracasso e em uma guerra de preços entre os principais produtores.
Dada a gravidade da situação, Riade e Moscou expandiram o círculo de participantes da reunião, convidando muitos produtores externos à aliança, a Opep+.
Em seu discurso introdutório, o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, aplaudiu a presença de mais nove países, incluindo Canadá e Noruega, nesta quinta-feira.