Procuradores de 15 estados dos Estados Unidos pediram ao governo do presidente Donald Trump nesta quinta-feira que suspenda o veto a pesquisas públicas com tecidos de feto para contribuir para a luta contra o Covid-19
Procuradores de 15 estados dos Estados Unidos pediram ao governo do presidente Donald Trump nesta quinta-feira que suspenda o veto a pesquisas públicas com tecidos de feto para contribuir para a luta contra o Covid-19.
"Desenvolver uma vacina e tratamentos terapêuticos contra o vírus deve ser a prioridade número um", disse o procurador-geral da Califórnia, Xavier Becerra, em comunicado.
"Para atingir esse objetivo, precisamos garantir que cientistas e médicos tenham acesso aos recursos necessários".
No entanto, o governo Trump proibiu todas as pesquisas envolvendo tecidos fetais em centros federais em junho de 2019, convergindo com uma ação judicial por ativistas anti-aborto.
Com base no testemunho de pesquisadores, Becerra insistiu que a impossibilidade de usar tecido fetal "mina a capacidade do nosso país de responder ao Covid-19".
Juntamente com outros 14 procuradores - que incluem o de Nova York, da Virgínia e de Wisconsin -, ele pediu a Trump e a seu secretário de Saúde que "suspenda essa proibição".
"Este não é o momento da política, nosso país está enfrentando uma crise sem precedentes", escreveram em sua carta ao presidente.
"Para superar essa pandemia, precisamos usar todas as ferramentas à nossa disposição e os conselhos científicos são claros: atualmente não há alternativa ao tecido fetal humano" para desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus.
A pesquisa sobre esses tecidos, geralmente removida de fetos abortados, contribuiu para o desenvolvimento de vacinas contra a poliomielite, a rubéola e o sarampo.
O tecido fetal - que, entre outras coisas, pode criar um sistema imunológico em animais semelhantes aos humanos - também é usado em pesquisas contra a doença de Alzheimer, lesão medular, doenças oftalmológicas e HIV.
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