O primeiro caso de coronavírus na África subsaariana foi confirmado nesta sexta-feira (28) na Nigéria, quando o medo de uma pandemia afunda as bolsas de valores mundiais e leva à adoção de medidas draconianas
O primeiro caso de coronavírus na África subsaariana foi confirmado nesta sexta-feira (28) na Nigéria, quando o medo de uma pandemia afunda as bolsas de valores mundiais e leva à adoção de medidas draconianas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou todos os países ainda sem casos a se prepararem para a chegada da COVID-19, alertando que acreditar que está a salvo da doença pode ser um "erro fatal".
Um italiano que voltou de Milão em 25 de fevereiro foi hospitalizado depois de ter testado positivo para coronavírus no estado de Lagos, tornando-se o primeiro paciente na África subsaariana, anunciou o Ministério da Saúde da Nigéria.
"O paciente está em condição clínica estável e não apresenta sintomas preocupantes", afirmou o Ministério em um comunicado.
Dois outros casos de contaminação foram identificados nos últimos dias na África, um no Egito, e outro, na Argélia. Esse número muito baixo de pacientes detectados em países africanos, com sistemas de saúde frágeis, intriga os epidemiologistas, enquanto mais de 83.000 casos foram relatados em cerca de 50 países.
Na China, onde o vírus apareceu pela primeira vez em dezembro, o número de novas mortes e infecções continua a diminuir, graças às medidas de quarentena que visam a mais de 50 milhões de pessoas nas áreas mais afetadas.
Agora, outros países estão se tornando fontes da disseminação da COVID-19, principalmente Coreia do Sul, Irã e Itália.
"Estamos em um momento decisivo", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, observando que, nos últimos dois dias, o número diário de novos infectados em todo mundo foi maior do que o registrado na China.
"Nenhum país deve pensar que não terá caso. Seria um erro fatal, literalmente. O vírus não respeita fronteiras", alertou.
Nesse cenário de incerteza, as bolsas asiáticas desabaram nesta sexta-feira: Xangai (-3,71%), Tóquio (-3,67%) e Hong Kong (-2,42%) terminaram no vermelho.
Em Wall Street, o Dow Jones e o Nasdaq perderam mais de 4% na quinta-feira.
Os mercados financeiros asiáticos tiveram uma das piores semanas desde a crise financeira de 2008-2009, quando a economia global sofreu uma recessão.
Os preços do petróleo continuam em queda, com o Brent do Mar do Norte e o barril americano de WTI perdendo mais de 2,5%.
Planos de contingência estão prontos para serem implantados, especialmente por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI), para ajudar os países que enfrentam a crise sanitária.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump minimizou o risco de uma grande epidemia em solo americano.