INTERNACIONAL

Pressão aumenta contra projeto de anexação israelense na Cisjordânia

De manifestantes palestinos até o primeiro-ministro britânico, os pedidos se intensificaram nesta quarta-feira (1) para que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, abandone o projeto de anexação da Cisjordânia, que deslocaria as "fronteiras" de Israel, sob o risco de provocar um novo conflito

AFP
01/07/2020 às 17:04.
Atualizado em 26/03/2022 às 21:43

De manifestantes palestinos até o primeiro-ministro britânico, os pedidos se intensificaram nesta quarta-feira (1) para que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, abandone o projeto de anexação da Cisjordânia, que deslocaria as "fronteiras" de Israel, sob o risco de provocar um novo conflito.

Israel anexou Jerusalém Oriental em 1967 e as Colinas de Golã em 1981 e agora poderia escrever uma nova página de sua história decretando que uma parte da Cisjordânia ocupada passe a ser "israelense".

Pelo acordo entre Netanyahu e seu ex-rival eleitoral Benny Gantz, o governo de união se pronuncia a partir desta quarta-feira sobre a aplicação do plano do presidente americano, Donald Trump, para o Oriente Médio, que prevê a anexação de colônias e do Vale do Jordão na Cisjordânia.

No primeiro dia do calendário, vários ministros afirmaram que não haveria nenhum anúncio.

Resta saber se Netanyahu optará por anexar o Vale do Jordão, uma vasta planície, e uma centena de colônias judaicas na Cisjordânia ou se vai escolher uma abordagem minimalista, acrescentando a seu território alguns assentamentos.

O primeiro-ministro dispõe de alguns meses: se na eleição presidencial de novembro nos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, contrário à anexação, sair vitorioso, Netanyahu poderia perder o apoio americano a um projeto criticado pela União Europeia, ONU e vários países árabes.

Netanyahu, que se reuniu na terça-feira em Jerusalém com Avi Berkowitz, assessor especial de Trump, e David Friedman, embaixador americano em Israel, disse que estava trabalhando nos últimos dias no tema e que continuaria "nos próximos dias".

O chefe da diplomacia israelense, Gabi Ashkenazi, afirmou nesta quarta-feira que parece "improvável que aconteça hoje", em uma entrevista à rádio militar.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi destaque na primeira página do jornal Yediot Aharonot, o mais lido do país, ao pedir que Netanyahu anule o projeto.

"Sou um apaixonado defensor de Israel, mas espero profundamente que a anexação não siga adiante", escreveu em um artigo.

Por seu turno, o parlamento alemão aprovou uma resolução contra a anexação, embora sem aprovar as ameaças de sanções da UE contra Israel.

No território de Gaza, controlado pelo grupo islamitas Hamas, mais de 2.000 palestinos protestaram contra o plano.

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