O presidente do Quirguistão, Soornobay Jeenbekov, abordou sua eventual destituição durante uma conversa com um deputado nesta quinta-feira (8) - informou o gabinete do presidente, em um contexto de caos e de manifestações violentas deflagradas pelas eleições legislativas
O presidente do Quirguistão, Soornobay Jeenbekov, abordou sua eventual destituição durante uma conversa com um deputado nesta quinta-feira (8) - informou o gabinete do presidente, em um contexto de caos e de manifestações violentas deflagradas pelas eleições legislativas.
O Quirguistão, um país montanhoso da Ásia Central, está há quatro dias sendo abalado por um movimento de protestos que denuncia fraudes nas eleições de domingo, vencidas por dois partidos próximos ao presidente.
Ausente da cena pública desde segunda-feira (5), o presidente Jeenbekov se reuniu nesta quinta com um deputado que afirmava ser o presidente do Parlamento, Mykybek Abdylayev.
Juntos, os dois abordaram "a questão da destituição", indicou o gabinete de Jeenbekov.
"O presidente disse que enfrenta uma tarefa importante: fazer com que a situação volte à legalidade. Ele afirmou que está disposto a abordar todas as questões geradas pela situação atual", afirma o comunicado oficial.
Este é o primeiro contato entre o presidente e um representante do Parlamento, que nomeou Abdylayev para que o liderasse e propôs um novo primeiro-ministro durante uma votação realizada em um hotel.
Na noite de ontem, o Parlamento realizou uma votação sobre a eventual destituição do presidente, mas essa possibilidade não atingiu uma maioria.
No poder desde 2017, Jeenbekov pode contar com o apoio da Rússia, um aliado-chave que o considera o "presidente legítimo".
Neste contexto, os influentes serviços de segurança (GKNB) pressionaram a classe política para que ponha ordem, enquanto diferentes facções reivindicaram o controle de várias instituições.
A Rússia - potência regional - reconheceu a autoridade do homem que assumiu o controle do GKNB nos últimos dias, Omurbek Suvanaliev.
Em Bishkek, os confrontos continuam e deixaram pelo menos um morto e centenas de feridos. A decisão tomada no início da semana para invalidar os resultados das eleições não contribuiu para acalmar a situação.
Nesta quinta-feira, personalidades de diferentes partidos da oposição afirmaram controlar a Promotoria e o Ministério do Interior, embora à primeira vista os principais edifícios do governo não parecessem estar vigiados pela polícia.
A autoridade de Jeenbekov também está ameaçada por seu grande rival, o ex-presidente Amazbek Atambayev, libertado da prisão pelos manifestantes na noite de segunda-feira.
Seus apoiadores tentaram invadir o escritório do primeiro-ministro ontem à noite, mas o local estava protegido por voluntários que fizeram uma corrente humana.
Além disso, unidades de defesa voluntárias, politicamente neutras, controlavam o prédio onde ficam a administração presidencial e o Parlamento.