'NOVA VIDA'

Presidente de Projeto Social contesta ação da Polícia

Ivan José da Silva disse que moradores da casa não têm famílias

Ana Cristina Andrade
ana.andrade@gazetadepiracicaba.com.br
30/07/2018 às 10:55.
Atualizado em 28/04/2022 às 01:58

José da Silva acolhe pessoas no espaço da borracharia, no distrito de Tupi (Divulgação)

Segunda-feira, 30 de julho de 2018 “Minha casa não é uma clínica clandestina. Tenho um Projeto Social, chamado 'Nova Vida', e acolho pessoas que estão na rua", disse Ivan José da Silva, 46 anos de idade, presidente da iniciativa que, na última quinta-feira (26), foi detido pela Polícia Civil, por meio da DIG (Delegacia de Investigações Gerais). Os policiais declararam que foram averiguar denúncia de tráfico de drogas no local. "Alguém fez uma denúncia anônima dizendo que aqui havia armas e drogas. Essa pessoa, com isso, tinha a intenção, com certeza, de prejudicar o Projeto. O espaço da borracharia que tenho aqui é um espaço de reinserção social de pessoas que já passaram por tratamento", ressaltou Silva. O presidente disse que os moradores que estavam na casa, na última semana, não têm famílias. "Eu os acolhi por humanidade. A Prefeitura do nosso município não os acolhe. Muito menos o Serviço Social oferece abrigo para as pessoas", destacou. "A gente que faz algo para acolher, acaba sendo colocado como criminoso", reclamou. Silva explicou que são apenas ele e mais três pessoas na casa, de três cômodos. Segundo ele, o local não é irregular e não é ele quem ministra medicamentos para os moradores. "Os remédios apreendidos aqui, pela Polícia, são fornecidos pela Rede Pública de Saúde", enfatizou. "Dos três que moram aqui, um sofre de esquizofrenia, um de diabetes e outro de tuberculose. Este último já está no estágio de convívio". Inscrição Ivan José da Silva disse que já desenvolveu um Projeto em uma chácara, abrigou 28 pessoas, mas foi barrado pela Prefeitura. "Ainda não possuo a escritura do imóvel, mas tenho boas intenções quanto à regularização e ninguém vê isso. Estou tentando melhorar a vida das pessoas e sou tido como um criminoso". O que aconteceu Na manhã da última quinta-feira (26), após a denúncia dando conta da venda de drogas pelo local, um grupo de policiais da DIG foi para lá. Segundo os policiais, eles foram atendidos com xingamentos e acabaram detendo Silva. Ele foi levado para a Delegacia, ouvido e liberado. O delegado, Demetrios Gondim Coelho, instaurou inquérito sobre Exercício Ilegal da Profissão. Os medicamentos foram apreendidos. O caso segue, agora, à disposição da Justiça. "Espero que as pessoas entendam que só quero ajudar esses três que não têm famílias e que os tirei da rua", completou Silva.

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