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Presidente da Câmara dos Deputados italiana buscará uma saída para a crise política

O presidente da Câmara dos Deputados italiana, Roberto Fico, considerado um mediador, foi nomeado nesta sexta-feira (29) para averiguar se o parlamento tem maioria para nomear um novo primeiro-ministro ou confirmar o renunciante Giuseppe Conte

AFP
29/01/2021 às 19:13.
Atualizado em 23/03/2022 às 19:21

O presidente da Câmara dos Deputados italiana, Roberto Fico, considerado um mediador, foi nomeado nesta sexta-feira (29) para averiguar se o parlamento tem maioria para nomear um novo primeiro-ministro ou confirmar o renunciante Giuseppe Conte.

Fico, de 46 anos, no cargo desde março de 2018, é membro da ala mais à esquerda do anti-sistema Movimiento 5 Estrellas (M5E).

O parlamentar foi nomeado pelo Presidente da República, Sergio Mattarella, árbitro da situação prevista na Constituição, após três dias de consultas a todas as forças políticas.

O político tem até terça-feira para encontrar uma saída para a crise na Itália após a renúncia do primeiro-ministro Giuseppe Conte.

O chefe de governo perdeu o apoio do pequeno mas importante partido Italia Viva (IV) do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, cujos votos no Senado são essenciais para sobreviver.

O chefe de governo perdeu o apoio do pequeno mas importante partido Italia Viva (IV) do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, cujos votos no Senado são essenciais.

"A Itália não pode perder tempo diante das três emergências que vive: saúde, social e econômica", advertiu Mattarella.

"Obrigado pela confiança", limitou-se a declarar Fico, a quem cabe a responsabilidade de encontrar uma solução para a delicada crise em meio à pandemia que atinge o país e que já custou a vida a mais de 87.000 pessoas.

A estratégia de Renzi, cujo partido não atinge 3% das intenções de voto, aparentemente deu certo e as duas maiores forças da coalizão de governo, o M5E e o Partido Democrático (PD) de esquerda, não têm escolha a não ser negociar, apesar da passagem dos vetos.

"Cumpriremos os conteúdos de trabalho: vacinas, escola, trabalho e obviamente o "Recovery Plan" (plano com fundos da União Europeia para a reconstrução do país), que são as prioridades com que o país está a jogar o seu futuro", reagiu Renzi no Facebook após a nomeação de Fico.

O Movimento 5 estrelas endossa sem hesitação a nomeação pela terceira vez de Giuseppe Conte para um terceiro mandato, como uma saída para a complexa crise.

Ao mesmo tempo, eles abriram oficialmente as portas para negociações com Renzi, uma espécie de reconciliação que custou fortes reações internas.

Para o Movimento 5 Estrelas, "a única pessoa capaz de liderar o país com seriedade e eficiência" é Giuseppe Conte, o líder do partido, Vito Crimi, alertou novamente nesta sexta-feira.

A reconciliação com Renzi é complexa, mas necessária, já que as contas não somam sem seu apoio no Senado para formar um terceiro governo, liderado ou não por Conte.

Renzi, que complicou a situação na véspera ao "congelar", como escreveram os jornais italianos, o nome de Giusseppe Conte à frente de um novo governo, tem a situação sob controle e pode exigir maior representação, mais ministros, no eventual novo executivo.

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