INTERNACIONAL

Presidente bielorrusso revelará a partidários plano de reformas

O presidente bielorrusso reúne nesta quinta-feira (11) uma assembleia de apoiadores do regime para anunciar reformas, mas, diante da repressão ao movimento de protesto nos últimos meses, seus críticos não têm ilusões

AFP
11/02/2021 às 07:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:41

O presidente bielorrusso reúne nesta quinta-feira (11) uma assembleia de apoiadores do regime para anunciar reformas, mas, diante da repressão ao movimento de protesto nos últimos meses, seus críticos não têm ilusões.

Esta "assembleia popular" de 2.700 executivos do regime de Alexander Lukashenko não publicou um programa. Acontecerá nesta quinta e sexta-feira.

Os opositores a consideram uma farsa, especialmente porque o chefe de Estado se recusou a fazer concessões à revolta de 2020, a maior onda de protestos desde que ele chegou ao poder em 1994 e que questionou sua polêmica reeleição.

Desde agosto, mencionou apenas uma redução de suas prerrogativas e a possível convocação de eleições presidenciais antecipadas. Prometeu que daria os detalhes durante esta "assembleia popular", que se reúne a cada cinco anos e que adotará "uma resolução".

A principal opositora e rival nas eleições presidenciais, Svetlana Tikhanovskaya, que foi forçada ao exílio na Lituânia, disse à AFP que não espera nada desta assembleia.

"Não são delegados do povo. Não significa nada para os bielorrussos", afirmou a professora de inglês de 38 anos, apoiada há meses pelo movimento de protesto nesta ex-república soviética.

De acordo com o site do governo, o tema do congresso não é uma reforma institucional, mas recomendações para o "programa de desenvolvimento socioeconômico de Belarus para 2021-2025".

Lukashenko não fez menção recentemente a uma prometida reforma constitucional e insistiu em fazer uma sondagem sobre o bem-estar da população, cujos resultados serão revelados durante a assembleia.

"Planejar algo sem conhecer o estado de ânimo da sociedade é muito difícil. Por isso se estudou o ânimo do nosso povo", explicou ele durante reunião na segunda-feira.

Antes, criticou os opositores exilados, que "choram a soluçam".

Depois de semanas de protestos que abalaram o regime, Lukashenko conseguiu sufocar o movimento com prisões em massa, violência policial e exílios forçados de todas as figuras importantes da oposição.

O ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, chamou a assembleia de "uma tentativa de imitar um diálogo com a sociedade civil".

Os países ocidentais condenaram a repressão e sancionaram Minsk, mas o líder bielorrusso mantém o apoio de Moscou.

A Polícia avisou que vai "eliminar qualquer ação ilegal" nesta quinta e sexta-feira, enquanto o canal de oposição no Telegram NEXTA convocou uma manifestação.

Várias ruas no centro de Minsk permanecerão fechadas, oficialmente devido à neve, de acordo com a imprensa local.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por