INTERNACIONAL

Presidente azerbaijano condiciona cessar-fogo à retirada armênia de Karabakh

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, condicionou neste domingo (4) o cessar-fogo na disputada região de Nagorno Karabakh a uma retirada das forças armênias no oitavo dia de combates, particularmente em Stepanakert, a capital separatista, e em Ganja, a segunda maior cidade azerbaijana

AFP
04/10/2020 às 17:04.
Atualizado em 24/03/2022 às 11:11

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, condicionou neste domingo (4) o cessar-fogo na disputada região de Nagorno Karabakh a uma retirada das forças armênias no oitavo dia de combates, particularmente em Stepanakert, a capital separatista, e em Ganja, a segunda maior cidade azerbaijana.

Em discurso à nação, Aliyev disse ter uma "única condição para o cessar-fogo": "As forças armadas (armênias) devem abandonar nossos territórios", disse.

O presidente azerbaijano acrescentou que o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, deve admitir a integridade territorial do Azerbaijão, pedir desculpas e admitir que a região não faz parte da Armênia.

"Os líderes da Armênia devem pensar cuidadosamente antes de que seja tarde demais", afirmou.

Repetindo as afirmações de que o Azerbaijão se apoderou de uma série de povoados, ele prometeu continuar lutando até recuperar a região.

"Nagorno Karabakh é a nossa terra. Temos que voltar lá e não o estamos fazendo agora. Isso é o fim. Mostramos a eles quem somos. Os estamos perseguindo como cachorros", afirmou Aliyev.

Nagorno Karabakh, uma região povoada principalmente por armênios, se separou do Azerbaijão depois da queda da União Soviética, o que deu lugar a uma guerra no começo dos anos 1990 que custou a vida de 30.000 pessoas.

As forças separatistas armênias de Nagorno Karabakh e o exército do Azerbaijão travaram neste domingo combates pelo oitavo dia consecutivo.

As duas partes intensificaram suas declarações belicosas, ignorando os apelos internacionais a uma trégua e atribuindo-se mutuamente a responsabilidade pelo conflito.

Desde a sexta-feira, Stepanakert, a principal cidade de Nagorno Karabakh, foi alvo de ataques que obrigaram a população a se esconder em sótãos e refúgios. A cidade ficou sem energia elétrica neste domingo, mas ao meio-dia o serviço foi restabelecido.

O centro e a periferia da cidade foram afetados e no nordeste via-se fumaça preta no céu. Os moradores se esconderam nos refúgios existentes, como a cripta de uma igreja, onde várias famílias esperavam em um clima de resignação.

Na tarde deste domingo, Shusha, com 4.000 habitantes, foi alcançada por disparos azerbaijanos.

De acordo com o ministério das Relações Exteriores da república autoproclamada, há "civis mortos e feridos" nas duas cidades.

O presidente de Karabakh, Arayk Harutyunyan, anunciou que, como represália, suas forças se concentrariam agora em atacar as infra-estruturas militares das "grandes cidades" do Azerbaijão, mais distantes do front, e pediu "aos civis que abandonem imediatamente estas cidades".

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