O Brasil registrou queda mensal de 0,38% nos preços em maio, após diminuição de 0,31% em abril, devido ao impacto da queda do preço dos combustíveis em plena crise do coronavírus - informaram fontes oficiais nesta quarta-feira (10)
O Brasil registrou queda mensal de 0,38% nos preços em maio, após diminuição de 0,31% em abril, devido ao impacto da queda do preço dos combustíveis em plena crise do coronavírus - informaram fontes oficiais nesta quarta-feira (10).
A queda de maio, a mais acentuada desde agosto de 1998, foi um pouco abaixo do 0,46% estimado, em média, pelos analistas consultados pelo jornal Valor Econômico.
Em maio de 2019, o índice de inflação (IPCA) havia sido positivo de 0,13%, segundo o IBGE.
De janeiro a maio, a maior economia latino-americana, atualmente no epicentro da crise mundial da saúde, registra inflação negativa de 0,16%.
Nos últimos 12 meses, acumula um aumento de 1,88%, abaixo da meta do governo para 2020 de 4% (com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima, ou para baixo).
A expectativa do mercado é que 2020 feche com inflação de 1,53%, conforme o último relatório semanal do Banco Central. A inflação de 2019 ficou em 4,31%.
Os dados do IBGE refletem a paralisia da produção e do consumo desde meados de março, quando os principais estados adotaram medidas para impedir a disseminação da COVID-19.
O Banco Mundial prevê para este ano uma contração de 8% da economia brasileira, a maior de sua história.
A paralisia econômica e a constante queda nas expectativas de inflação poderiam convencer o Banco Central a realizar, na próxima semana, um novo corte em sua taxa básica, que já está em um nível recorde de 3%, estimam analistas.
Em maio, o maior impacto negativo veio do setor de transportes (-1,9%), pressionado pela queda nos preços dos combustíveis (-4,56%).
O preço das passagens aéreas caiu 27,14%.
Houve, porém, aumento no grupo de itens domésticos (+0,58%), impulsionado pela alta dos preços dos artigos de televisão, som e informática (+4,57%), devido ao impacto da depreciação do real em relação ao dólar, que atingiu 40% antes de se recuperar parcialmente nas últimas semanas.
"Os artigos eletrônicos normalmente são mais afetados, porque têm muito componentes importados. Então, a desvalorização do real acaba impactando o preço desses produtos", explicou o responsável pelo relatório, Pedro Kislanov.
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