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Por que Nova York é tão atingida pelo coronavírus?

Quase 160.000 casos confirmados do novo coronavírus no estado de Nova York, mais do que em qualquer país do mundo, e cerca de 8

AFP
10/04/2020 às 18:40.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:16

Quase 160.000 casos confirmados do novo coronavírus no estado de Nova York, mais do que em qualquer país do mundo, e cerca de 8.000 mortos: por que esse estado de 19 milhões de habitantes foi mais afetado pela pandemia? Teria sido por ter subestimado o vírus ou por demorar a tomar medidas radicais?

Essas são as respostas a algumas perguntas, 40 dias após a aparição do primeiro caso na maior cidade dos Estados Unidos.

O governador Andrew Cuomo repetiu isso várias vezes. A cidade de Nova York, com uma população de 8,6 milhões de habitantes, é uma megalópole com alta densidade populacional, com mais de 10.000 habitantes por km2. Um terreno propício à propagação de doenças infecciosas.Além disso, milhões usam o transporte público diariamente.

É também um dos principais destinos turísticos do mundo: recebe mais de 60 milhões de turistas por ano.

Segundo especialistas americanos em genética, o vírus veio da Europa para Nova York em fevereiro.

Um estudo publicado em março pelo blog educacional Clever classificou Nova York como a cidade "mais vulnerável" à epidemia no país, à frente de São Francisco, Washington, Detroit e Miami.

A metrópole se caracteriza por fortes desigualdades socioeconômicas e superlotação em alguns bairros populares de Queens ou Bronx, onde muitos nova-iorquinos sofrem de problemas de saúde e não têm acesso a cuidados médicos. Esses bairros - onde vivem milhões de latinos - são os mais afetados pelo coronavírus. A taxa de infecção no Bronx, por exemplo, é o dobro da de Manhattan (1.273 casos por 100.000 habitantes, contra 611 em Manhattan).

"Com densidade, superpopulação, pobreza, Nova York cumpriu todos os pré-requisitos para apoiar a hipótese de que seria atingido com muita força", disse Irwin Redlener, professor de saúde pública da Universidade de Columbia.

Em 2 de março, o primeiro caso foi confirmado em Nova York e, no dia seguinte, quando outro foi detectado em New Rochelle, no subúrbio, o governador Cuomo afirmou que a cidade possuía "o melhor sistema de saúde do planeta".

"Não achamos que a situação aqui possa ser tão ruim quanto em outros países", afirmou.

Após muitas dúvidas, o prefeito Bill de Blasio anunciou o fechamento de escolas públicas, bares e restaurantes em 16 de março. O governador decretou o confinamento e o encerramento de todas as atividades não essenciais uma semana depois, em 22 de março.

Demoraram muito? Especialistas hesitam na hora de criticar. "O prefeito e o governador estavam sob pressão oposta", disse Irwin. "Alguns pressionavam para fechar escolas rapidamente, outros enfatizaram as consequências econômicas e sociais" da decisão", acrescentou. "As mensagens eram confusas".

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