INTERNACIONAL

Por que Alemanha não é mais o 'bom aluno' da Europa no combate à covid-19?

Alemanha, que foi o "bom aluno" da Europa no início da pandemia de covid-19, vive agora uma situação preocupante por não conseguir impor medidas drásticas nos últimos meses

AFP
18/12/2020 às 10:41.
Atualizado em 23/03/2022 às 23:47

Alemanha, que foi o "bom aluno" da Europa no início da pandemia de covid-19, vive agora uma situação preocupante por não conseguir impor medidas drásticas nos últimos meses.

A Alemanha bateu seu recorde de infecções diárias na quinta-feira (17), com mais de 30.000 novos casos. No dia anterior, registrou 950 mortes, outro número sem precedentes.

Nos hospitais, 83% dos leitos de UTI estão ocupados, segundo o Instituto Robert Koch (RKI).

Elogiado antes do verão por sua flexibilidade, o sistema federal alemão agora enfrenta questionamentos.

Defensora da linha dura contra o vírus, Angela Merkel não tem poder de impor medidas aos 16 estados e regiões em suas negociações regulares.

Segundo as próprias autoridades políticas, a situação atual começou em outubro, quando as regiões enfrentaram o governo federal, que queria endurecer as medidas contra o vírus.

A chanceler, cuja popularidade continua no auge, disse estar "insatisfeita", mas que não poderia impor nada.

Apesar do fechamento de bares, restaurantes e locais de cultura, apenas seis estados federados reduziram o impacto desde 2 de novembro.

Frequentemente vistos como disciplinados, os alemães não souberam desta vez reproduzir os esforços da primavera boreal (outono no Brasil) contra o vírus.

É o caso das barracas de vinho quente, uma tradição antes das festas de Natal, que atrai multidões.

"Durante o confinamento da primavera, reduzimos os contatos em 63%. Até agora, fomos capazes de reduzir os contatos em apenas 43%, o que simplesmente não é suficiente", disse o virologista Christian Drosten.

O RKI estima que a redução eficaz dos contatos deveria ser de 60%.

O aplicativo anticovid também mostrou suas limitações. Apesar de baixado por 23,5 milhões de pessoas, menos da metade dos usuários positivos declararam seu contágio.

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