INTERNACIONAL

Pompeo visita Dinamarca um ano depois de polêmica sobre Groenlândia

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, chegou à Dinamarca nesta quarta-feira (22) para uma visita sobre a cooperação no Ártico, um ano após a polêmica sobre a oferta de Donald Trump de comprar a Groenlândia

AFP
22/07/2020 às 08:27.
Atualizado em 25/03/2022 às 19:05

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, chegou à Dinamarca nesta quarta-feira (22) para uma visita sobre a cooperação no Ártico, um ano após a polêmica sobre a oferta de Donald Trump de comprar a Groenlândia.

Depois de sua passagem pelo Reino Unido, Pompeo chegou a Copenhague às 10h locais (5h em Brasília).

De manhã, ele se reuniu com a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, em sua residência oficial em Marienborg, a 1 km de Copenhague.

Ele também vai-se reunir com o ministro das Relações Exteriores Jeppe Kofod, que também convidou para o encontro as autoridades da Groenlândia e das Ilhas Faroe para essa mesma pasta. Ambos são territórios dinamarqueses.

"Como vamos falar sobre o nosso relacionamento no Ártico, naturalmente meus colegas da Groenlândia e das Ilhas Faroe precisam estar sentados à mesa. Eu atribuo uma importância crucial a isso", disse Kofod.

A Dinamarca, que considera os Estados Unidos como seu "aliado mais próximo", de acordo com o ministro, apoia há 20 anos a relação de Washington, com o envio de tropas para o Afeganistão e para o Iraque, ou participando da intervenção militar na Líbia.

Essas boas relações se viram afetadas em agosto passado por uma oferta inesperada de compra da Groenlândia, um enorme território de mais de dois milhões de quilômetros quadrados no Ártico e uma zona estratégica para um país pequeno como a Dinamarca.

A oferta surpreendeu, porque Washington não estava interessado neste território desde a Guerra Fria, apesar de ter sua base aérea mais ao norte, em Thule, no norte da Groenlândia.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, o Departamento de Estado destacou o papel da Dinamarca e da Groenlândia no Ártico, "especialmente quando estamos vendo uma atividade reforçadas na região por parte da Rússia e da China".

Frederiksen classificou a proposta de Trump de "absurda". O presidente americano acabou tendo de cancelar uma visita a Copenhague prevista para setembro de 2019.

A tensão diminuiu, graças aos contatos por telefone e, em 10 de junho, os Estados Unidos, com a aprovação da Dinamarca, reabriram um consulado em Nuuk, capital da Groenlândia, fechado por 67 anos.

Em abril, o governo da Groenlândia também aceitou US$ 12,1 milhões em ajuda dos EUA para projetos civis.

"O que dissemos no passado e o que fazemos agora são duas coisas diferentes. E o que conta é o que dizemos agora", disse a representante da Groenlândia Steen Lynge à AFP na terça-feira.

Outra questão em disputa é o gasoduto Nord Stream 2 entre a Rússia e a Alemanha, que Washington critica porque pode aumentar a dependência da Europa do gás russo.

Em outubro de 2019, a Dinamarca autorizou a passagem do gasoduto por suas águas, embora uma fonte diplomática tenha dito à AFP que o país tem dificuldades em satisfazer, ao mesmo tempo, seus dois principais aliados, Estados Unidos e Alemanha.

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