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Pompeo visita Afeganistão em plena crise política e ataques talibãs

O secretário americano de Estado, Mike Pompeo, chegou ao Afeganistão nesta segunda-feira em meio a uma crise política, com operações armadas do Talibã e ameaçado pela propagação do novo coronavírus

AFP
23/03/2020 às 08:27.
Atualizado em 04/04/2022 às 22:08

O secretário americano de Estado, Mike Pompeo, chegou ao Afeganistão nesta segunda-feira em meio a uma crise política, com operações armadas do Talibã e ameaçado pela propagação do novo coronavírus.

Pompeo deve se reunir com o presidente Ashraf Ghani e o ex-chefe do Executivo Abdullah Abdullah, que também se proclamou vencedor da eleição presidencial de 28 de setembro de 2019.

Pompeo foi recebido no aeroporto de Cabul pelo emissário americano responsável pelas negociações com o Talibã, Zalmay Khalilzad, e realiza hoje uma série de reuniões com diplomatas de seu país antes de se reunir com Ghani, Abdullah e outras autoridades do governo afegão.

A visita ocorre um dia depois que o governo afegão e o Talibã se reuniram para discutir os termos de possíveis trocas de prisioneiros, uma etapa crucial no processo de paz que começou após a assinatura de um acordo histórico entre os Estados Unidos e os insurgentes em fevereiro.

Essa troca de prisioneiros, prevista no acordo firmado entre os Estados Unidos e o Talibã, que ainda não teve nenhum efeito no terreno, é "urgente" pela disseminação do coronavírus e deve ser realizada "o mais rápido possível", alertou na quarta-feira Khalilzad.

O acordo histórico assinado em Doha previa a libertação de até 5.000 rebeldes detidos por Cabul e até 1.000 membros das forças afegãs presos pelos insurgentes, e antes de 10 de março, data prevista para o início das negociações inter-afegãs.

A troca foi adiada devido a divergências entre os dois campos.

O presidente Ghani, contrário a essa medida, propôs a libertação de 1.500 prisioneiros talibãs antes do início das discussões e, posteriormente, durante vários meses e se a violência diminuir, os 3.500 restantes.

O Talibã se opôs firmemente a essa proposta.

O acordo entre os insurgentes e os Estados Unidos prevê uma retirada total e progressiva das forças americanas e estrangeiras em 14 meses, cuja primeira etapa já começou.

Em troca, o Talibã assumiu compromissos na luta contra o terrorismo e prometeu negociar diretamente com Cabul, cujo governo nunca havia reconhecido até agora.

A partida das tropas americanas já começou, mas foi adiada pela nova pandemia de coronavírus, que atinge 40 pessoas e já causou uma morte no Afeganistão.

O Talibã interrompeu os ataques às tropas estrangeiras, mas continua a atacar as forças de segurança afegãs. Por outro lado, teme-se que o Afeganistão registre uma grande crise de saúde devido à chegada nas últimas semanas de dezenas de milhares de afegãos do Irã, um dos países mais atingidos pela pandemia de Covid-19.

phv/cac/zm/mar/mr

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