INTERNACIONAL

Poluição no Ártico: responsável por usina é preso

A Rússia intensificou nesta quinta-feira (4) os esforços para limpar a enorme quantidade de petróleo derramada em um rio no Ártico, descrito por ambientalistas como o pior incidente desse tipo na região, enquanto uma autoridade local foi detida

AFP
04/06/2020 às 13:38.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:35

A Rússia intensificou nesta quinta-feira (4) os esforços para limpar a enorme quantidade de petróleo derramada em um rio no Ártico, descrito por ambientalistas como o pior incidente desse tipo na região, enquanto uma autoridade local foi detida.

O presidente Vladimir Putin interveio pessoalmente na crise, na quarta-feira, declarando estado de emergência e pedindo ordem às autoridades locais. Equipes de limpeza adicionais foram enviadas nesta quinta.

Como parte da investigação, Viatcheslav Starostine, funcionário da usina termelétrica pertencente à NTEK, subsidiária da gigante Norilsk Nickel, foi colocado em prisão preventiva por um mês, informou um tribunal da cidade de Norilsk à agência de notícias TASS.

Um dos reservatórios de diesel da usina rompeu na semana passada, causando o vazamento de mais de 20.000 toneladas de petróleo.

De acordo com o Serviço de Emergência Marítima da Rússia, especializado nesses acidentes, os reforços enviados para a área, muito isolada e pantanosa, enfrentam um desafio complexo.

"Nunca houve um vazamento desse tipo no Ártico antes. Precisamos trabalhar muito rapidamente, porque o combustível está se dissolvendo na água", disse o porta-voz do serviço, Andreï Malov.

A organização ecológica Greenpeace Rússia afirma que o acidente "é o primeiro dessa escala no Ártico" e o comparou ao naufrágio do Exxon Valdez, no Alasca, em 1989.

O rio Ambarnaïa, afetado por esse vazamento, une-se ao lago Piassino, na origem de um rio com o mesmo nome, fundamental para a península de Taimyr, uma região estratégica onde a Rússia extrai metais preciosos, carvão e hidrocarbonetos.

Segundo Malov, seis rampas de contenção foram colocadas no rio para bloquear o fluxo de poluição para o lago, enquanto o combustível é bombeado para a superfície.

"É um terreno difícil e tudo o que precisa ser transportado só pode ser transportado por veículos todo-o-terreno", ressaltou.

Já o combustível coletado deve ser armazenado no local até o inverno em recipientes especiais.

A dificuldade da operação levou algumas autoridades a proporem queimar o combustível no local, o que a agência ambiental russa excluiu.

O porta-voz da Agência de Pesca, Dmitri Klokov, disse à agência de notícias TASS que levaria "décadas" para restaurar o ecossistema.

"A escala deste desastre está subestimada", disse ele, acrescentando que a maior parte do combustível foi para o fundo do rio e já chegava ao lago.

Os responsáveis pela usina foram criticados na quarta-feira pela demora na resposta à crise. O governador da região admitiu que soube da extensão real do vazamento apenas dois dias depois, pelas mídias sociais.

Três investigações criminais foram abertas. Segundo o Ministério Público, 180.000 metros quadrados de terra também foram poluídos antes que o petróleo chegasse ao rio.

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