INTERNACIONAL

Polícia russa prende mais de 3.000 pessoas em protestos pró-Navalny

A polícia russa prendeu, neste domingo (31), mais de 3.000 pessoas e fechou o acesso ao centro de Moscou durante novas manifestações em todo o país para exigir a libertação do opositor Alexei Navalny

AFP
31/01/2021 às 12:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 19:33

A polícia russa prendeu, neste domingo (31), mais de 3.000 pessoas e fechou o acesso ao centro de Moscou durante novas manifestações em todo o país para exigir a libertação do opositor Alexei Navalny.

Milhares de pessoas ignoraram as advertências do governo e tomaram as ruas de várias cidades russas, de Vladivostok a São Petersburgo, no segundo fim de semana de protestos contra a prisão do principal opositor do presidente Vladimir Putin.

Pelo menos 3.062 pessoas foram presas em todo o país, incluindo 844 em Moscou, segundo o último relatório divulgado pela ONG OVD-Info, especializada no monitoramento das manifestações.

Em outras metrópoles russas, como São Petersburgo, Krasnoyarsk (Sibéria) e Vladivostok (Extremo Oriente), também ocorreram centenas de prisões, segundo a mesma fonte.

A esposa de Navalny, Yulia Navalnaya, foi presa a caminho de uma manifestação, relataram vários meios de comunicação da oposição.

Essas manifestações seguem um primeiro dia de mobilização, no sábado da semana passada, que reuniu dezenas de milhares de manifestantes e resultou em mais de 4.000 prisões, além da abertura de cerca de vinte processos.

Nos centros de Moscou e São Petersburgo, muitos policiais e agentes da Guarda Nacional foram mobilizados.

"Putin é um ladrão!", "Liberdade!", gritavam dezenas de manifestantes ao passarem pelo centro da capital russa, tendo o local da reunião sido alterado no último minuto devido às restrições da polícia, que limitou o acesso a várias ruas no centro e fechou estações de metrô, uma decisão rara.

No Twitter, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, criticou a repressão às manifestações por meio do "uso persistente de táticas brutais" e instou a "libertar aqueles que foram presos, incluindo Alexei Navalny".

O ministério das Relações Exteriores russo foi rápido em denunciar essas acusações como "interferência grosseira nos assuntos internos" da Rússia.

Essas novas manifestações acontecem tendo como pano de fundo a apresentação de Alexei Navalny perante os juízes, prevista para a próxima semana. O opositor é alvo de vários processos judiciais desde seu retorno à Rússia em 17 de janeiro.

Segundo o seu advogado, ele corre o risco de "cerca de dois anos e meio" de prisão pela violação das condições de uma pena suspensa de três anos e meio de prisão, que foi infligida em 2014.

No outro extremo do país, em Vladivostok, Andrei, um manifestante de 25 anos, lamentou que poucas pessoas, algumas dezenas, tenham se reunido, porque "as forças de choque bloquearam" o centro da cidade.

Em Novosibirsk, a terceira maior cidade da Rússia, o meio de comunicação independente Taiga estimou o número de manifestantes em mais de 5.000, uma das maiores mobilizações antigovernamentais dos últimos anos.

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