O magnata da imprensa em Hong Kong e a destacada ativista pró-democracia Agnes Chow foram presos nesta segunda-feira sob a polêmica lei de segurança, mais um passo na crescente influência de Pequim na ex-colônia britânica
O magnata da imprensa em Hong Kong e a destacada ativista pró-democracia Agnes Chow foram presos nesta segunda-feira sob a polêmica lei de segurança, mais um passo na crescente influência de Pequim na ex-colônia britânica.
O septuagenário magnata foi preso por suspeita de conluio com forças estrangeiras, um dos crimes previstos na nova lei que entrou em vigor no final de junho, além de fraude.
A China elogiou a prisão.
"Esses agitadores antichineses em concertação com forças estrangeiras colocaram seriamente em perigo a segurança nacional (...) Jimmy Lai é um de seus representantes", disse em um comunicado o escritório chinês responsável pelo monitoramento da situação em Hong Kong e Macau.
Agnes Chow foi presa sob a mesma lei, segundo fonte policial.
"Agora está confirmado que Agnes Chow foi presa sob a acusação de "incitamento à secessão" sob a lei de segurança nacional", lê-se na página de Facebook da ativista.
Segundo fonte policial, dez pessoas foram presas nesta segunda-feira. Entre elas encontram-se dois dos filhos de Lai, e Wilson Li, que afirma ser um cinegrafista freelance trabalhando para o canal de televisão britânico ITV News.
Considerada por muitos uma resposta de Pequim aos meses de manifestações pró-democracia que sacudiram o território semiautônomo em 2019, a lei de segurança nacional concede às autoridades novos poderes para reprimir quatro tipos de delitos contra a segurança do Estado: subversão, separatismo, terrorismo e conluio com forças estrangeira.
O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, disse na segunda-feira estar "profundamente preocupado" com as prisões e alertou que Pequim "dilacerou" os direitos em Hong Kong.
"Estou profundamente preocupado com os relatos da prisão de Jimmy Lai sob a draconiana Lei de Segurança Nacional de Hong Kong", disse Pompeo no Twitter.
A prisão desta segunda-feira é "mais uma prova de que o PCC (Partido Comunista Chinês) dilacerou as liberdades de Hong Kong e corroeu os direitos de seu povo", complementou o secretário de Estado de Donald Trump.
A UE denunciou o uso desta lei para "sufocar a liberdade de expressão".
O senador americano de origem cubana, o republicano Marco Rubio, reagiu à sua inclusão na lista de sanções Pequim junto com dez outros altos funcionários do país norte-americano.
"No mês passado, a China me colocou na lista negra. Hoje me sancionaram ", tuitou, acrescentando que "Jimmy Lai e seu filho foram acusados de "conluio com potências estrangeiras"".
Jimmy Lai é dono de duas publicações abertamente pró-democracia e críticas ao governo de Pequim, o jornal Apple Daily e a revista Next Magazine.