Vazão do rio Piracicaba, às 18h10, era de 226,94 metros cúbicos de água por segundo (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)
A Piracema segue em ritmo normal. Esta informação é de Luís Fernando Magossi, popularmente conhecido como Gordo do Barco. Segundo ele, a diversidade de peixes no Rio Piracicaba é imensa e o nível da água bem equilibrada para o período de chuva.
"Só tenho observado menos lambaris este ano em relação aos anos anteriores. Não sei o motivo. Mas as demais espécies estão aqui, como pacu, dourado, piracanjuba, curimbatá e mandi", relatou o ambientalista, que diariamente monitora o rio com seu próprio barco de passeios.
Nem mesmo a chuva intensa dos últimos dias tem preocupado o Gordo do Barco. "A Defesa Civil tem feito um trabalho bonito de parceria com a equipe que administra a represa da CPFL, em Americana, para evitar que se abra a comporta em momentos de rio cheio. Assim é possível controlar a vazão do manancial, evitando transbordamento descontrolado em nossa cidade".
Ele acredita que esse trabalho de parceria com as cidades à montante possa ser muito importante para que não haja mais enchente na Rua do Porto. Ele destaca também que a pesca mantém proibida durante todo o período da piracema, que iniciou em novembro e vai até fevereiro. "Sendo assim, a polícia ambiental tem que fazer a sua parte", diz. Ela pode multar e até prender os infratores, dependendo o nível de irregularidade.
Polícia ambiental
O capitão Ilgges Hellington, da Polícia Ambiental do Estado de São Paulo, disse que tem sido intensivo o trabalho de sua equipe em uma ampla área, que envolve a calha dos rios Piracicaba, Pardo e Mogi Guaçu, além dos seus afluentes, em uma área de 46 municípios do que ele chama de grande região metropolitana.
"Fazemos o policiamento terrestre e patrulhamento náutico para proteção dos mananciais. Temos apreendido muitas armadilhas, redes, tarrafas, anzóis de galho, entre outros. Todos proibidos nesse período da piracema. Temos flagrado também muitas pessoas pescando e fazemos, além das apreensões, as orientações necessárias, com bons resultados", explicou ele.
Barragem de Americana
No início do ano passado, o prefeito Luciano Almeida esteve em Americana para selar o trabalho em parceria com a equipe que controla a represa CPFL Energia. Durante a visita, o prefeito Luciano Almeida solicitou ao gerente de operações da empresa CPFL Energia, Waldemar Tralli Júnior, para que houvesse um canal de comunicação mais frequente entre a empresa e Piracicaba, e não somente em momentos de alerta que ocorrem com mais frequência no período úmido, que compreende os meses de dezembro a abril, com maior incidência de chuvas.
"A barragem já tem um protocolo para emitir alerta sobre suas ações, chamado Plano de Ação de Emergência (PAE), que, dependendo do nível do represamento, deve emitir comunicado. Mas acontece que o rio Piracicaba também sofre influências de outros rios. Sendo assim, quando o rio Piracicaba estiver em estado de atenção, é importante que tenhamos ciência de toda e qualquer ação na barragem para que possamos tomar todas as medidas necessárias", afirmou Luciano Almeida.
De lá para cá, o trabalho da Defesa Civil em conjunto com a CPFL foi intensificado e o resultado direto é a maior segurança em caso de rio cheio, acima do seu limite.