A disputa da Europa com a AstraZeneca piorou nesta quinta-feira (28) após a negativa da Alemanha de recomendar a vacina da companhia britânica para uso em idosos, enquanto a variante sul-africana do vírus, mais contagiosa, foi detectada pela primeira vez em 14 países americanos
A disputa da Europa com a AstraZeneca piorou nesta quinta-feira (28) após a negativa da Alemanha de recomendar a vacina da companhia britânica para uso em idosos, enquanto a variante sul-africana do vírus, mais contagiosa, foi detectada pela primeira vez em 14 países americanos.
Enquanto isso, à medida que endurecem as medidas de contenção do vírus se intensificam em todo o mundo, o custo econômico da pandemia aumenta fortemente.
Os Estados Unidos vivem sua pior contração econômica desde 1946, após uma queda de 3,5% em seu PIB em 2020.
Dados da ONU publicados nesta quinta-feira indicam que o setor turístico global, atingido pelo fechamento de fronteiras e a proibição a reuniões maciças, perdeu 1,3 trilhão de dólares em receitas em 2020.
A aceleração das campanhas de vacinação para conter um vírus que já matou 2,2 milhões de pessoas e infectou mais de 100 milhões é uma preocupação global.
Os esforços da União Europeia neste sentido foram afetados por um anúncio da empresa britânico-sueca AstraZeneca de que só poderia administrar um quarto das doses que havia prometido para o primeiro trimestre de 2021.
A UE exigiu que o fabricante de medicamentos cumpra com seus compromissos, fornecendo doses de suas fábricas no Reino Unido, mas a Grã-Bretanha insiste em que deve receber todas as vacinas que encomendou e simplesmente não há suficientes para todos.
Nesta quinta-feira, a comissão de vacinas da Alemanha decidiu que não podia recomendar a vacina da AstraZeneca aos maiores de 65 anos, pois não conta com dados suficientes para avaliar sua eficácia.
A AstraZeneca e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, responderam de imediato, afirmando que esta vacina já foi usada amplamente na Grã-Bretanha em pessoas idosas.
A polêmica ocorre um dia antes da Agência Europeia de Medicamentos anunciar se recomenda o imunizante da AstraZeneca, após dar seu aval aos fármacos da Pfizer e da Moderna.
Três variantes do coronavírus, detectadas originalmente em Reino Unido, África do Sul e Brasil, foram encontradas em 14 países das Américas, informou nesta quinta-feira (28) a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS).
Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Cuba, Equador, Estados Unidos, Jamaica, México, Panamá, Peru, República Dominicana, Santa Luzia e Trinidad e Tobago reportaram ao menos uma destas três mutações do vírus Sars-CoV-2, segundo a última atualização epidemiológica da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS).
Os cientistas estão preocupados com esta mutação porque parece capaz de eludir as vacinas atuais e os tratamentos com anticorpos sintéticos, embora as empresas Moderna e Pfizer tenham dito que suas vacinas funcionam contra esta variante.
No entanto, uma forma mais contagiosa do vírus poderia levar mais pessoas a adoecerem, parte das quais poderia acabar sendo hospitalizada ou, em casos mais sérios, ir a óbito.