Os primeiros grandes estudos clínicos sobre um tratamento para a COVID-19 começarão a mostrar seus resultados nos próximos dias, afirmaram cientistas franceses, enquanto outros experimentos são lançados nesta corrida contra o tempo para conter a pandemia
Os primeiros grandes estudos clínicos sobre um tratamento para a COVID-19 começarão a mostrar seus resultados nos próximos dias, afirmaram cientistas franceses, enquanto outros experimentos são lançados nesta corrida contra o tempo para conter a pandemia.
Com 1,35 milhão de casos confirmados e mais de 77.000 mortos em todo o mundo, o tempo é curto para encontrar um tratamento para a COVID-19, que também não tem vacina.
Se um dos tratamentos testados for "extremamente eficaz", este "pode vir à luz em poucas semanas", antes do fim de maio, estimou Gilles Bloch, responsável pelo Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França.
Uma pista científica estudada na China, Estados Unidos e desde esta terça-feira na França baseia-se na transfusão do plasma sanguíneo de pessoas curadas, que desenvolveram anticorpos contra o novo coronavírus, para pessoas doentes.
Este método se mostrou eficaz em estudos de pequena escala contra outras doenças infecciosas, como o Ebola e o SRAS.
Cada doação de plasma poderia "salvar três ou quatro vidas", segundo Eldad Hod, especialista em transfusões que lidera este estudo no hospital Irving da Universidade Columbia, em Nova York.
A prioridade científica é saber se os medicamentos já existentes podem ser eficazes.
Na Europa, o estudo Discovery, lançado em 22 de março em sete países como Espanha e França, verifica a eficácia de quatro tratamentos: o antiviral remdesivir, a associação lopinavir/ritonavir, estes dois retrovirais combinados com interferon beta, e a hidroxicloroquina, derivada da cloroquina, usado contra a malária.
Os primeiros resultados são esperados esta semana, de acordo com os Hospitais Civis de Lyon na França, onde trabalha a infectologista que comanda o estudo, Florence Ader.
Para conter a "tempestade inflamatória" vista nas formas graves da doença, os pesquisadores também tentam outros tratamentos, como os anticorpos monoclonais.
Estes são criados com ratos geneticamente modificados para dar-lhes um sistema imunológico "humanizado". Expostos a vírus vivos ou atenuados, produzem anticorpos humanos, multiplicados posteriormente em laboratório.