A voz que conclamou o povo boliviano a sitiar as cidades e cortar o abastecimento de alimentos durante a crise de novembro na Bolívia tem "uma alta probabilidade" de ser a do ex-presidente Evo Morales, revela uma perícia realizada na Colômbia divulgada nesta quinta-feira
A voz que conclamou o povo boliviano a sitiar as cidades e cortar o abastecimento de alimentos durante a crise de novembro na Bolívia tem "uma alta probabilidade" de ser a do ex-presidente Evo Morales, revela uma perícia realizada na Colômbia divulgada nesta quinta-feira.
O áudio do telefonema atribuído pelo governo transitório da Bolívia a Morales foi enviado para perícia na Colômbia pelo Instituto de Pesquisas Forenses (IDIF) boliviano.
"Que não chegue comida nas cidades, vamos bloquear, cerco de verdade", diz a voz em um telefonema a um líder "cocalero", Faustino Yucra Yarmi, condenado "por narcotráfico", segundo o governo interino da presidente Jeanine Áñez.
O relatório do Corpo Técnico de Investigação (CTI) da Colômbia conclui que "há alta probabilidade de identificação" de Morales, segundo o diretor nacional do IDIF, Andrés Flores.
O porta-voz do grupo de promotores que move uma ação por terrorismo e sedição contra Morales, Rudy Terrazas, disse que que "toda a perícia e a documentação foi enviada pelo CTI para ser analisada pela comissão encarregada".
A Bolívia viveu entre outubro e novembro uma convulsão social que deixou 36 mortos, em razão das eleições de outubro.
Morales abandonou a presidência no dia 10 de novembro, em meio a acusações de fraude eleitoral confirmadas pela Organização dos Países Americanos (OEA).
Em meio aos protestos da oposição e à perda do apoio dos militares, o ex-presidente abandonou o país rumo ao México, de onde seguiu para a Argentina, onde permanece.
O Tribunal Supremo Eleitoral convocou eleições gerais para o próximo dia de 3 de maio.
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