INTERNACIONAL

Pequim ataca Austrália e França por oposição à lei de segurança em Hong Kong

A China mostrou sua indignação nesta quinta-feira após as medidas anunciadas pela Austrália e as advertências da França relativas à polêmica lei de segurança de Hong Kong

AFP
09/07/2020 às 11:48.
Atualizado em 26/03/2022 às 00:02

A China mostrou sua indignação nesta quinta-feira após as medidas anunciadas pela Austrália e as advertências da França relativas à polêmica lei de segurança de Hong Kong.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, anunciou que os vistos para 10.000 pessoas de Hong Kong que vivem no país serão prorrogados por cinco anos, "com a possibilidade de (conceder) residência permanente após esse período".

Em 1989, após a repressão na Praça da Paz Celestial, Canberra tomou uma medida semelhante, oferecendo proteção a milhares de estudantes chineses e suas famílias.

O governo australiano também decidiu suspender seu tratado de extradição com Hong Kong, devido a uma "mudança fundamental na situação" no território semi-autônomo, segundo o primeiro-ministro.

"A Austrália está no processo de adaptar suas leis, seu programa de imigração (...) para traduzir as mudanças que estamos vendo acontecer", disse ele em entrevista coletiva.

A resposta de Pequim foi imediata. Foi entregue algumas horas depois pela embaixada chinesa em Canberra.

"A China lamenta profundamente e se opõe às acusações e medidas infundadas" anunciadas pela Austrália, disse um porta-voz da embaixada em comunicado.

"Instamos o lado australiano a interromper imediatamente sua interferência nos assuntos de Hong Kong", acrescentou.

Ele também alertou a França que não deve interferir em seus assuntos internos após as declarações do ministro das Relações Exteriores francês no dia anterior, anunciando "medidas" em relação à política de Pequim em Hong Kong.

"Os assuntos de Hong Kong são assuntos internos da China e nenhum país pode se intrometer neles", disse Zhao Lijian, porta-voz da diplomacia chinesa.

Jean-Yves Le Drian instou a China na quarta-feira a "evitar qualquer medida contra a autonomia de Hong Kong".

Ele também afirmou que seu país não ficará de braços cruzados e "considera as medidas a serem anunciadas em breve", agindo em "coordenação" com as outras nações europeias, durante uma reunião no Comitê de Relações Exteriores do Senado em Paris.

A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Marise Payne, disse que a situação em Hong Kong foi discutida nesta quinta-feira em uma reunião da poderosa aliança de inteligência "Five Eyes", integrada por Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Nova Zelândia.

Poucos minutos antes dos anúncios do primeiro-ministro, o ministério das Relações Exteriores da Austrália alertou os australianos que vivem em Hong Kong dos riscos de detenção desde que a lei entrou em vigor.

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