O Pentágono tentou se distanciar do presidente americano, Donald Trump, nesta terça-feira (2) após acusações de sua utilização com fins políticos pelo republicano, declarações controversas do secretário de Defesa Mark Esper e do destacamento militar em torno da Casa Branca
O Pentágono tentou se distanciar do presidente americano, Donald Trump, nesta terça-feira (2) após acusações de sua utilização com fins políticos pelo republicano, declarações controversas do secretário de Defesa Mark Esper e do destacamento militar em torno da Casa Branca.
Em um país onde as Forças Armadas são reverenciadas, o chefe do Pentágono, Mark Esper, expressou preocupação ao declarar na segunda-feira que os funcionários encarregados de fazer cumprir a lei devem "dominar o campo de batalha" para restaurar a ordem, em meio a protestos contra a violência policial, o racismo e a desigualdade social.
Esper e o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, acompanharam Trump quando ele caminhou na noite de segunda-feira até a igreja de Saint John, um edifício emblemático perto da Casa Branca, que havia sofrido danos nas manifestações do dia anterior.
O secretário de Defesa estava na primeira fila das autoridades, perto de Trump, quando o presidente foi fotografado em frente à igreja com uma Bíblia na mão, minutos depois de as forças de segurança dispersarem manifestantes que protestavam pacificamente em frente à Casa Branca, batendo neles com seus cassetetes e lançando gás lacrimogêneo.
O general Milley apareceu com seu uniforme militar atrás de Trump, em um vídeo com motivações eleitorais, o que desagradou a oposição democrata e ex-militares.
Um alto funcionário do Pentágono disse que, ao falar em "campo de batalha", Esper não tinha segundas intenções, e que o ex-soldado falava apenas no "jargão militar".
Quanto à presença de Milley atrás do presidente em uma saída da Casa Branca, obviamente política, pareceu involuntária, acrescentou o alto funcionário sob condição de anonimato.
O presidente disse a eles "que queria ver as tropas posicionadas do lado de fora", disse a fonte, que garantiu que nem Esper, nem Milley "sabiam que a polícia havia decidido limpar" a área.
O Congresso não foi ficou de fora do caso. O presidente do Comitê das Forças Armadas da Câmara dos Deputados, Adam Smith, expressou preocupação com a liderança "autocrática" de Trump e "como isso afeta o julgamento da hierarquia militar".
"O papel das Forças Armadas dos EUA na manutenção da ordem no território é limitado por lei", lembrou.
De fato, uma lei proíbe o uso de soldados ativos para missões de aplicação da lei, exceto no caso de uma insurreição.
Em caso de desordem pública, cabe a cada estado americano recorrer a policiais reservistas da Guarda Nacional.
O virtual candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, o ex-vice-presidente Joe Biden, acusou Trump de "transformar o país em um campo de batalha dividido por velhos ressentimentos e novos medos".
As minorias estão amplamente representadas nas Forças Armadas dos EUA, o que é considerado uma forma de ascensão social, e o desconforto era visível entre os soldados após a morte em Minneapolis de George Floyd, um negro de 46 anos sufocado por um policial branco.