Pauta Especial de Dez Anos da Primavera Árabe

Quase dez anos atrás, em dezembro de 2010, um vendedor ambulante de Sidi Bouzid, uma cidade em uma região marginalizada da Tunísia, ateou fogo a si mesmo para protestar contra a apreensão de suas mercadorias.

Este gesto desesperado de um jovem desempregado vivendo uma vida de miséria e sofrendo com o assédio das autoridades constituiu o ponto de partida de um terremoto regional: a multiplicação de revoltas populares de uma juventude farta de regimes desligados de sua realidade, autoritários e corruptos. Tais movimentos entraram para a História sob o nome de "Primavera Árabe".

Para recordar o 10º aniversário desses eventos de impacto global, os escritórios da AFP no mundo árabe e outras regiões entrevistaram testemunhas e voltaram a lugares emblemáticos, a começar por Sidi Bouzid, berço da "Primavera Árabe".

Das esperanças e sonhos fracassados ao caos que às vezes se seguiu a esses protestos, e da queda inimaginável de uma geração de autocratas aos fracassos da comunidade internacional que não conseguiu aproveitar aquele momento histórico, as equipes da AFP se dedicaram a analisar as raízes e a herança do movimento.

Em texto, foto, vídeo e infografia, todas essas histórias - ora individuais, ora coletivas, sempre históricas - enriquecidas com imagens de arquivo, serão veiculadas todas as segundas-feiras nas próximas três semanas.

Este é o material programado para esta segunda-feira, 23 de novembro:

BEIRUTE:

Dez anos depois da euforia o que resta da Primavera Árabe?

Uma onda de esperança súbita, sem limites, contagiosa: há 10 anos o mundo árabe viveu uma série de revoltas populares, que representaram um sopro de liberdade, antes de resultar em frustração. Um acontecimento histórico que mudou de maneira irremediável a região.

(Primavera Árabe História aniversário contestação política conflito violência, Prev, 2.300 palavras, já transmitida)

FOTOS

TÚNIS:

O início da Primavera Árabe na Tunísia fez a região sonhar há 10 anos