O governo sueco, criticado por sua gestão da crise de saúde ligada ao novo coronavírus, apresentou nesta segunda-feira (6) um projeto de lei para fortalecer temporariamente seus poderes, a fim de combater a epidemia
O governo sueco, criticado por sua gestão da crise de saúde ligada ao novo coronavírus, apresentou nesta segunda-feira (6) um projeto de lei para fortalecer temporariamente seus poderes, a fim de combater a epidemia.
Essa nova lei permitiria que o governo liderado pelo social-democrata Stefan Löfven adotasse certas medidas, como limitar reuniões públicas ou decretar o fechamento de negócios, sem a necessidade da aprovação do Parlamento unicameral.
"A Suécia e o mundo estão enfrentando uma situação grave causada pelo coronavírus", disse a ministra da Saúde, Lena Hallengren, em comunicado.
"Vemos a necessidade de ser capaz de agir rapidamente, se a situação exigir, é uma questão de proteger vidas humanas", continuou ela.
No entanto, observa o Executivo, as disposições futuras apenas concederiam poderes adicionais ao governo por um período de três meses, situação que ainda preocupa a oposição.
O chefe do partido conservador Ulf Kristersson disse em sua página no Facebook que o projeto carecia de uma definição clara de como os poderes adicionais poderiam ser usados.
Embora reconhecendo a necessidade de decisões rápidas em tempos de crise, Kristersson acredita que as medidas também devem ter "legitimidade democrática".
O projeto de lei ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento.
No reino escandinavo, o confinamento obrigatório da população não foi decretado, como em outros países europeus para conter a epidemia.
O governo pede a todos que "assumam suas responsabilidades" e sigam as recomendações das autoridades de saúde.
Entre as medidas mais rigorosas até agora, está a proibição de reunir mais de 50 pessoas e de visitas a casas de repouso.
A maneira como o reino está administrando a crise da saúde, que é menos restritiva do que a maioria dos países europeus, tem levantado críticas, nacional e internacionalmente, mas o governo rejeita qualquer postura de passividade.
"Não, não é como se não estivéssemos fazendo nada na Suécia", defendeu a ministra da Saúde, Lena Hallengren, durante uma reunião com a imprensa internacional na quinta-feira em Estocolmo.
Este país de 10,3 milhões de habitantes acaba de cruzar o marco de 7.000 casos confirmados e 477 mortes, uma mortalidade significativamente superior à observada entre seus vizinhos do norte.
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