INTERNACIONAL

Pandemia segue destruindo empregos nos EUA

Um total de 881.000 pessoas se inscreveram para receber seguro-desemprego na semana passada nos Estados Unidos

AFP
03/09/2020 às 16:48.
Atualizado em 25/03/2022 às 08:49

Um total de 881.000 pessoas se inscreveram para receber seguro-desemprego na semana passada nos Estados Unidos. Embora seja decrescente, o número mostra que a pandemia do novo coronavírus continua causando um grande número de demissões na maior economia do mundo.

Em março, 6,6 milhões de pessoas requisitaram o auxílio, momento inicial no qual o coronavírus atingiu o país. Os números da semana passada mostram uma evolução e são melhores do que o esperado pelos analistas, mas ainda assim são elevados, principalmente quando comparados aos números do início do ano.

Um dos principais trunfos do presidente republicano Donald Trump na tentativa de permanecer na Casa Branca refere-se a sua gestão da economia, que em fevereiro apresentou os índices de desemprego a 3,5%, número historicamente baixo.

Mas, no decorrer da pandemia, esse número saltou para 14,7% em abril, e depois caiu gradativamente para 10,2% em julho.

Na sexta-feira, o Departamento de Trabalho publicará os números de agosto que serão fundamentais na campanha para as eleições presidenciais de novembro e para alguma ação do Congresso, onde as negociações sobre um novo plano de ajuda estão suspensas.

Os democratas reagiram alegando que "a incompetência de Donald Trump" impactou a economia.

"A devastação econômica continua. Há 29 milhões de americanos recebendo alguma forma de auxílio desemprego, quatro vezes mais do que há um ano", afirmou Tom Perez, presidente do Comitê Nacional Democrata e ex-secretário do Trabalho.

Ainda assim, o relatório do Departamento de Trabalho sobre novos pedidos de seguro-desemprego para a semana encerrada em 29 de agosto foi melhor do que o esperado pelos analistas, que previam 915.000 novas solicitações de indenização.

O número representa uma queda de 130.000 pedidos, em relação aos 1.011 milhões registrados na semana anterior, e é a segunda vez que este indicador caiu abaixo da marca de um milhão desde o início da pandemia.

Gregory Daco, da consultoria Oxford Economics, indicou que o emprego se recuperou aproveitando as contratações nas pequenas empresas, mas a tendência permanece quase inalterada nas últimas duas semanas.

"A força do setor de restaurantes e os gastos um pouco maiores com cartões de crédito foram compensados pela fraqueza nas vendas no varejo, lazer e demanda hoteleira", explicou o economista.

Dezenas de milhões de pessoas perderam seus empregos desde que os confinamentos começaram com intuito de conter a pandemia no país com mais mortes no mundo (185.752).

Esta semana, os Estados Unidos alcançaram 6 milhões de casos confirmados da covid-19 e, apesar do fato de que nas últimas semanas o número de infectados diminuiu, a situação permanece descontrolada antes do início do ano letivo e do outono.

A aprovação de um plano de ajuda financeira de US$ 2,2 trilhões em março impulsionou as contratações em meio à crise.

No entanto, em 31 de julho, muitos desempregados perderam um auxílio adicional extraordinário, sem nenhum avanço nas negociações entre o Congresso e a Casa Branca para um novo programa de ajuda financeira.

O Departamento de Trabalho explicou em comunicado que nesta semana aplicou uma nova metodologia de cálculo da taxa de desemprego, que está em 9,1% na semana encerrada em 22 de agosto, ajustada pelas variações sazonais, 0,8 ponto percentual a menos que a semana anterior.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por