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Pandemia pode levar 100 milhões à extrema pobreza, adverte Banco Mundial

A pandemia de coronavírus pode ter levado até 100 milhões de pessoas para a extrema pobreza, advertiu nesta quinta-feira o presidente do Banco Mundial (BM), David Malpass, em entrevista à AFP

AFP
20/08/2020 às 19:14.
Atualizado em 25/03/2022 às 15:59

A pandemia de coronavírus pode ter levado até 100 milhões de pessoas para a extrema pobreza, advertiu nesta quinta-feira o presidente do Banco Mundial (BM), David Malpass, em entrevista à AFP.

A instituição para o desenvolvimento, com sede em Washington, havia estimado, antes, que 60 milhões de pessoas cairiam na extrema pobreza, mas o novo cálculo situa a deterioração entre 70 e 100 milhões, e "este número poderia aumentar" se a pandemia piorar ou se prolongar, o que é possível, disse Malpass.

O presidente do BM afirmou que a piora se deve a uma combinação de perda de empregos durante a pandemia e problemas de abastecimento que dificultam o acesso aos alimentos. "Tudo isso contribui para que as pessoas voltem a cair na extrema pobreza, quanto mais tempo persistir a crise econômica."

O BM se comprometeu a destinar 160 bilhões de dólares em financiamento a 100 países até junho de 2021, em um esforço para lidar com a emergência, mas, ainda assim, a extrema pobreza, definida como ganhar menos de 1,9 dólar por dia, segue aumentando.

A situação torna "imperativo" que os credores reduzam o montante da dívida dos países pobres em risco, além do compromisso de suspender o pagamento da mesma, disse Malpass na entrevista à AFP.

Ainda assim, mais países serão obrigados a reestruturar suas dívidas. "As vulnerabilidades da dívida são altas e o imperativo de enxergar uma luz no fim do túnel para que novos investidores possam entrar é substancial", acrescentou Malpass.

As economias avançadas do Grupo dos 20 (G20) já se comprometeram a suspender os pagamentos da dívida das nações mais pobres até o fim do ano, e existe um apoio crescente à prorrogação desta moratória para 2021. Mas Malpass acredita que isto não será suficiente, uma vez que a recessão implica que estes países, que já lutam para proporcionar um respiro a seus cidadãos, não estarão em uma posição melhor para honrar os pagamentos.

O quanto é necessário reduzir a dívida irá depender da situação de cada país, explicou o presidente do BM. A economista-chefe do banco, Carmen Reinhart, classificou a crise econômica de "depressão pandêmica", mas Malpass se mostrou menos preocupado com a terminologia: "Podemos começar a chamá-la de depressão. Nosso enfoque está em como podemos ajudar os países a serem resilientes."

hs/ad/mr/mvv/lb

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