A pandemia de coronavírus continua avançando de forma preocupante no mundo, com um recorde de infecções na Austrália e um aumento de mortes em países como México, Brasil e Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump admitiu que a situação "vai piorar"
A pandemia de coronavírus continua avançando de forma preocupante no mundo, com um recorde de infecções na Austrália e um aumento de mortes em países como México, Brasil e Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump admitiu que a situação "vai piorar".
Desde que apareceu na China, em dezembro passado, o vírus causou 15 milhões de infecções e matou cerca de 617.000 pessoas, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.
Quase um quarto dessas mortes (142.000) ocorreu nos Estados Unidos, o país mais atingido (quase 4 milhões de infectados) e cujo presidente subestimou repetidamente a gravidade da crise.
Mas, na terça-feira (21), o oitavo dia com mais de 60.000 novos casos, Trump mudou de tom: "Provavelmente e infelizmente, a crise vai piorar antes que haja uma melhora".
Vários estados do país estão passando por uma aceleração de infecções e mortes. Trump até aconselhou o uso de máscaras faciais, algo a que havia se oposto até agora.
Neste contexto, os Estados Unidos concordaram em pagar US$ 1,95 bilhão para garantir 100 milhões de doses de uma potencial vacina contra o coronavírus que está sendo desenvolvida pelo laboratório americano Pfizer e pela alemã Biontech, anunciaram as duas empresas nesta quarta-feira.
"O governo americano fez um pedido inicial de 100 milhões de doses por US$ 1,95 bilhão e pode comprar até 500 milhões de doses adicionais", disseram as duas empresas, que devem iniciar os testes clínicos da vacina em breve.
A crise sanitária tem sido propícia para tensões entre China e Estados Unidos. Vários jornais britânicos informaram, nesta quarta, que o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) de ter sido "comprado" por aquele país. Pequim é acusada de esconder informações sobre o vírus e de espionagem na busca de uma vacina contra a COVID-19.
A China, por sua vez, acusou os Estados Unidos de "calúnias", depois que dois de seus cidadãos foram indiciados por ataques cibernéticos a empresas que buscam uma vacina contra o novo coronavírus.
A China também advertiu seus estudantes nos Estados Unidos para ficarem alertas, em meio à crescente tensão bilateral que pode levar a "arbitrariedades".
As Américas registram mais de 316.000 mortes por COVID-19 e 7,9 milhões de casos.
"A pandemia não mostra sinais de desaceleração na região", alertou a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) na terça-feira.
Na América Latina e no Caribe, onde existem mais de 167.000 mortes e 3,9 milhões de infecções, o Brasil, com 2,1 milhões de infectados e mais de 81.000 óbitos, e o México, com 356.255 casos e 40.000 mortes, são os mais afetados.
Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 1.367 mortes, e o México, 915.
Em outros países, o medo de uma segunda onda aumenta com o aparecimento de surtos preocupantes.