INTERNACIONAL

Pandemia faz ramo do entretenimento se reinventar no Peru

Com a decisão de adotar protocolos de saúde, mas sem prazos claros, televisão, cinema e teatro aguardam a autorização para retomarem suas atividades no Peru, suspensas há mais de 100 dias pela pandemia

AFP
26/06/2020 às 10:48.
Atualizado em 27/03/2022 às 00:35

Com a decisão de adotar protocolos de saúde, mas sem prazos claros, televisão, cinema e teatro aguardam a autorização para retomarem suas atividades no Peru, suspensas há mais de 100 dias pela pandemia.

A paralisia forçada da indústria cultural e de entretenimento deixou perdas milionárias e um rastro de desempregados, em uma atividade que sempre esteve associada à aglomeração de pessoas.

"Até que se encontre uma vacina, ou tratamento confiável, uma crise muito grande persistirá", disse à AFP Hugo Coya, ex-presidente do Instituto Peruano de Rádio e Televisão e atual gerente-geral da Del Barrio Producciones, principal produtora audiovisual do país.

Há incerteza no setor, pois ele ainda não foi incluído nos planos do governo para a retomada das atividades, suspensas desde 16 de março passado.

Nesse sentido, Coya afirma que as perdas com a paralisação podem chegar a cerca de US$ 588 milhões, o dobro do que o governo reconheceu até agora.

Quando a quarentena começou em 16 de março, Del Barrio tinha no ar a novela "Dos Hermanas", líder de audiência, com nove episódios transmitidos. As gravações foram suspensas, e 200 atores e técnicos ficaram de braços cruzados.

Agora, diz Coya, as produtoras peruanos estão coordenando com o Ministério da Saúde as regras a serem seguidas para que seja possível retomar as gravações de novelas e de outros programas com segurança.

Nos "sets" de cinema e de televisão, a temperatura corporal será medida diariamente, e os testes de diagnóstico de COVID-19 serão realizados em todo pessoal. Os espaços de trabalho também serão desinfetados constantemente, o que aumentará os custos e atrasará o cronograma de produção.

A pandemia também forçará a adoção de novas formas de se fazer televisão.

"A televisão não será a mesma", afirma Coya.

"A primeira coisa é ter poucos atores no set de filmagem. E adeus a beijos e abraços, porque é preciso respeitar uma distância social. Voltaremos a essa linguagem das décadas de 1960, ou 1970, quando muitas cenas românticas eram sugeridas", detalha ele.

Os desafios se espalham para outros ramos da cultura e do entretenimento. Segundo dados coletados pelas companhias de teatro, apenas entre março e maio 3.239 apresentações foram canceladas, com 15.000 ingressos devolvidos e quase US$ 100.000 em reembolsos.

O teatro peruano respira fundo e busca alcançar o público por meio de plataformas de streaming, onde se paga para ver obras em vídeo, explicou à AFP Walter Espinoza, da produtora Neópolis.

De acordo com dados de produtores teatrais, 3.239 apresentações foram canceladas desde março no país, com 15.000 ingressos a serem devolvidos. Com milhões em perdas, as companhias teatrais procuram opções para sobreviver.

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