INTERNACIONAL

Pandemia diminui em algumas regiões dos EUA, mas continua forte

Em várias regiões dos Estados Unidos, o avanço da epidemia de COVID-19 parece estar contido, mas estados como a Califórnia continuam a bater recordes de infecções e especialistas alertam que a falta de testes impede a previsão de quando o pico de casos será atingido

AFP
23/07/2020 às 15:38.
Atualizado em 25/03/2022 às 18:43

Em várias regiões dos Estados Unidos, o avanço da epidemia de COVID-19 parece estar contido, mas estados como a Califórnia continuam a bater recordes de infecções e especialistas alertam que a falta de testes impede a previsão de quando o pico de casos será atingido.

O número de novos casos detectados mostra que o aumento exponencial de infecções observado em junho diminuiu em estados como Arkansas, Iowa, Carolina do Norte e do Sul e Arizona, cuja capital Phoenix era um dos centros de circulação do coronavírus mais ativos no país há algumas semanas.

Os alertas repetidos das autoridades de saúde, fechamento de bares e a obrigação do uso de máscara impostas localmente desde junho parecem estar surtindo efeito. Embora no nível federal, o presidente Donald Trump tenha esperado até os últimos dias para mudar de posição e promover o uso de máscaras como um gesto "patriótico".

Na terça-feira, Trump reconheceu que a situação "vai piorar antes de melhorar".

Há esperança no Arizona: o número de novos casos detectados nesse estado vizinho da Califórnia atingiu 20.000 na semana passada, mas o número foi 11% menor do que na semana anterior, segundo estatísticas oficiais.

"As coisas estão melhorando", disse nesta quinta-feira Matthew Heinz, médico de um hospital de Tucson, que defende o uso de máscaras.

"Muitas pessoas usam máscaras em comparação a um mês atrás", afirmou à AFP. As hospitalizações diminuíram desde junho.

Embora a epidemia esteja longe de ser contida em solo americano, o número de novos casos aumentou 7% em uma semana, abaixo dos 20% registrados nas semanas anteriores. O país detectou mais de 60.000 novos casos diários por nove dias.

Modelos epidêmicos preveem, em média, um aumento nas próximas quatro semanas, de acordo com Nicholas Reich, da Universidade de Massachusetts, que trabalha com projeções de cerca de 20 centros de pesquisa.

"Os modelos respondem à desaceleração observada no aumento do número de casos na semana passada", disse o bioestatístico à AFP.

Reich disse que não pode ter certeza de que um ponto de inflexão tenha sido alcançado, porque em lugares como Texas e Flórida, as pessoas passam horas nas filas para fazer um teste, e os resultados levam três, quatro ou sete dias, o que dificulta o monitoramento em tempo real.

A estabilização "deve-se, sem dúvida, em parte aos testes", diz ele.

O consenso científico é de que a onda de mortes reflete a das infecções em três a quatro semanas. A curva de casos começou a aumentar novamente em meados de junho, e a curva de morte aumentou moderadamente desde o início de julho, sem sinais de desaceleração, atingindo 1.000 por dia nos últimos dois dias.

Texas, Califórnia, Alabama, Idaho anunciaram recordes de óbitos em 24 horas na quarta-feira (a Califórnia também de novos casos). O marco da Flórida foi na quinta-feira, com 173 mortes.

É difícil prever até onde vão os óbitos, pois a mortalidade não é tão alta quanto no início da pandemia. Atualmente, dois medicamentos mostraram-se eficazes, os hospitais usam menos os ventiladores e os pacientes são mais jovens.

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