O filho adolescente de Donald Trump contraiu o novo coronavírus, revelou nesta quarta-feira a primeira-dama americana, Melania, no momento em que o presidente busca recuperar terreno em sua corrida pela reeleição, ante as críticas por sua condução da pandemia
O filho adolescente de Donald Trump contraiu o novo coronavírus, revelou nesta quarta-feira a primeira-dama americana, Melania, no momento em que o presidente busca recuperar terreno em sua corrida pela reeleição, ante as críticas por sua condução da pandemia.
"Naturalmente, eu pensei imediatamente em nosso filho", escreveu Melania, em um texto intitulado "Minha experiência com a Covid-19", duas semanas depois de ter testado positivo juntamente com o marido.
"Para o nosso grande alívio, deu negativo (...) Minhas preocupações se tornaram realidade quando ele repetiu o exame e os resultados foram positivos", contou, destacando que, depois disso, seu filho, Barron, 14, voltou a testar negativo. "Por sorte, é um adolescente sadio e não apresentou nenhum sintoma."
A notícia, que havia sido mantida em sigilo, voltou a direcionar o foco para a pandemia, principalmente para o surto dentro da Casa Branca. Trump, que retomou sua agenda de campanha esta semana, havia tentado silenciar o tema.
"Barron está bem", afirmou o presidente na Casa Branca, enquanto se dirigia a um comício em Iowa. Na noite desta quinta-feira, ele e o democrata Joe Biden disputarão a audiência em eventos transmitidos pela TV, após o cancelamento do segundo debate entre ambos devido ao diagnóstico de Covid-19 de Trump.
O presidente americano, que estará em Miami para um ato de uma hora a ser transmitido pela rede de TV NBC, tem 20 dias para reverter as pesquisas, favoráveis a Biden, que buscará na Filadélfia consolidar sua posição de favorito.
Segundo uma média de pesquisas nacionais da RealClearPolitics, o democrata conta com uma vantagem de 9,8 pontos percentuais e lidera com folga em meia dúzia de estados-chave.
A NBC informou ter recebido uma declaração do renomado infectologista Anthony Fauci segundo a qual existe "um alto grau de confiança" em que Trump "não está transmitindo o vírus". O presidente e o apresentador estarão distantes e ao ar livre, e a plateia usará máscara.
- "Marxistas" e "lunáticos" -
Na reta final da campanha, Trump se apresenta hoje em Des Moines, Iowa, seguindo para a Carolina do Norte e retornando, posteriormente, à Flórida, incluindo a Geórgia em seu itinerário.
Biden criticou o adversário ontem, durante visita ao estado-chave da Flórida, numa tentativa de seduzir os eleitores idosos, que, em 2016, inclinaram-se para o lado republicano, mas que poderão decidir a eleição de 3 de novembro.
"O único idoso que importa para Donald Trump é Donald Trump", afirmou Biden, 77 anos, durante um pequeno comício no centro comunitário de aposentados de Pembroke Pines, ao norte de Miami. "Ele nunca se importou com vocês", continuou Biden. "A este presidente importa mais o mercado financeiro do que os idosos".
"Sua condução desta pandemia foi errática, a exemplo de sua presidência", completou o ex-vice-presidente de Barack Obama. O candidato democrata lembrou que Trump afirmou que o vírus, que já causou a morte de quase 215.000 pessoas nos Estados Unidos, muitos deles idosos, "afeta praticamente ninguém".
"Vocês são prescindíveis, esquecíveis, são virtualmente ninguém. Esta é a visão de Trump", declarou Biden, que usou máscara durante o discurso.