A pandemia da COVID-19, que está crescendo nas Américas, pode chegar a 10 milhões de casos na próxima semana, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira, em meio a perspectivas econômicas catastróficas apresentadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)
A pandemia da COVID-19, que está crescendo nas Américas, pode chegar a 10 milhões de casos na próxima semana, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira, em meio a perspectivas econômicas catastróficas apresentadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
O FMI divulgou que o vírus, que causou uma paralisação generalizada das atividades por conta das medidas tentar conter o contágio, causou uma "crise econômica como nenhuma outra", que poderia contrair o PIB mundial em 4,9% em 2020.
Enquanto muitos países se preparam para reativar suas economias, o fundo alertou que uma possível segunda onda de infecções poderia significar um agravamento do quadro já sombrio.
Ao atualizar seu "World Economic Outlook" (WEO), o organismo financeiro apontou que muitos países enfrentarão uma recessão duas vezes maior do que a sofrida após a crise financeira global de 2008.
A China, onde o vírus surgiu no final do ano passado, será a única economia a crescer neste ano, apenas 1%, segundo o FMI, enquanto os Estados Unidos, principal potência mundial, terão uma redução de 8% no seu PIB.
Na área do euro, a contração será de 10%, com quedas de dois dígitos na Espanha, França, Itália e Reino Unido.
Na América Latina e no Caribe, a recessão será mais aguda do que a estimada em abril, com uma contração do PIB regional de 9,4% em comparação com os 4,2% previstos anteriormente.
O México verá uma queda de 10,5% e o Brasil de 9,1%, enquanto a Argentina, mergulhada em uma enorme crise de dívida externa, cairá 9,9%.
Nesse contexto, os presidentes da Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, Peru, Paraguai, República Dominicana e Uruguai solicitaram ao FMI e a organizações financeiras regionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mais soluções para aliviar os efeitos econômicos da pandemia, incluindo "possível reestruturação" da dívida.
A pandemia já deixou mais de 480.000 mortos em todo o mundo, de acordo com a última contagem da AFP.
Os Estados Unidos lideram com 121.932 mortes, seguidos pelo Brasil (53.830), Reino Unido (44.081) e Itália (34.644).
Atualmente, o número global de infecções é de 9.381.141, mas o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que pode chegar a 10 milhões na próxima semana.
"Mesmo enquanto continuamos pesquisando vacinas e terapias, temos uma responsabilidade urgente de fazer tudo o que pudermos com as ferramentas que temos agora para interromper a transmissão e salvar vidas", afirmou.
O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, alertou que a pandemia ainda não havia atingido o pico nas Américas.
É "particularmente intensa na América Central e do Sul", onde muitos países viram "um aumento de 25 a 50% nos casos durante a semana passada", declarou, acrescentando que, sem isolar e colocar em quarentena os contaminados, "o fantasma não pode ser descartado" de novos confinamentos.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), escritório regional da OMS, disse que, além da "ampla circulação" do vírus no México, há "transmissão generalizada" na América Central, com "alta incidência" no Panamá e Costa Rica, principalmente na fronteira com a Nicarágua.