Um novo plano de estímulo nos Estados Unidos impulsionaria fortemente o crescimento e traria benefícios para a economia global devastada pela pandemia, especialmente para Canadá e México, disse a economista-chefe do FMI em entrevista à AFP nesta terça-feira (13)
Um novo plano de estímulo nos Estados Unidos impulsionaria fortemente o crescimento e traria benefícios para a economia global devastada pela pandemia, especialmente para Canadá e México, disse a economista-chefe do FMI em entrevista à AFP nesta terça-feira (13).
Gita Gopinath destacou que um pacote de reativação da ordem da Lei CARES, aprovado em março por cerca de 2,2 trilhões de dólares, aumentaria o crescimento da economia mundial em dois pontos percentuais no próximo ano, acima dos 3,1% do PIB previstos atualmente.
O FMI divulgou nesta terça-feira seu último relatório "World Economic Outlook" (WEO), que prevê uma contração do PIB global de 4,4% este ano e um crescimento de 5,2% em 2021.
Esta previsão, ligeiramente melhorada em comparação com a previsão de junho, reflete que o declínio no segundo trimestre "foi terrível, mas menos terrível do que esperávamos", disse Gopinath.
Com o vírus ainda se espalhando, a recuperação é lenta, pois setores como entretenimento e turismo continuam deprimidos.
"O fator número um é acabar com a crise de saúde", enfatizou Gopinath.
Ela ressaltou, entretanto, que um grande salto na economia dos EUA faria o país voltar aos níveis anteriores à crise em 2021, em vez de 2022.
Isso também traria "benefícios significativos para o mundo", com repercussões imediatas para Canadá e México, parceiros dos EUA no acordo de livre-comércio T-MEC da América do Norte, disse.
Atualmente, o governo de Donald Trump e a oposição democrata estão negociando um novo pacote de ajuda.
A Câmara de Representantes, controlada pelos democratas, já aprovou a chamada Lei HEROES de 2,2 trilhões de dólares, que o Senado não aceitou.
Na semana passada, Trump aumentou sua proposta para 1,8 trilhão de dólares, mas a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, chamou-a de "insuficiente".
Os Estados Unidos injetaram cerca de 3 trilhões de dólares em sua economia nas primeiras semanas da pandemia, o que evitou que a recessão fosse tão severa.
O FMI agora prevê uma queda de 4,3% do PIB em 2020, melhor do que a contração de 8% estimada em junho.
Gopinath disse que a previsão atual não leva em consideração um novo plano de ajuda.
Mesmo com as melhorias nas perspectivas globais, "ainda estamos em uma crise profunda, ainda é a pior recessão desde a Grande Depressão", lembrou Gopinath.