A Otan alertou nesta terça-feira (13) a Rússia de que deve interromper o acúmulo de tropas na fronteira com a Ucrânia, enquanto Moscou insistiu que conduz exercícios em resposta às ameaças da aliança militar transatlântica
A Otan alertou nesta terça-feira (13) a Rússia de que deve interromper o acúmulo de tropas na fronteira com a Ucrânia, enquanto Moscou insistiu que conduz exercícios em resposta às ameaças da aliança militar transatlântica.
Em meio a um aumento sensível no tom da retórica dos dois lados, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, considerou que o acúmulo de tropas russas perto da fronteira com a Ucrânia é "injustificado, inexplicado e profundamente preocupante".
Por sua vez, o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, comentou que "em resposta às atividades militares da Aliança (Atlântica) que ameaçam a Rússia, tomamos medidas adequadas".
Diante dessa situação, disse Shoigu, as Forças Armadas russas transferiram tropas para "exercícios nas fronteiras oeste".
Pouco antes, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov, acusou os Estados Unidos e a Otan de transformarem a Ucrânia em um "barril de pólvora" e responsabilizou Washington e Bruxelas pelo que pode acontecer.
Segundo a Casa Branca, o presidente americano Joe Biden sugeriu ao russo Vladimir Putin uma reunião em um país terceiro e pediu pra que "reduza as tensões" na Ucrânia.
Em Bruxelas, Stoltenberg recebeu o chanceler da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e mais tarde presidiu uma reunião da comissão da aliança militar com a Ucrânia.
Em nota ao final dessa sessão da comissão, a Otan informou que os aliados "reafirmaram o apoio inabalável [da aliança militar] à soberania e integridade territorial da Ucrânia".
Enquanto isso, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, desembarcou na capital belga e se reuniu com Kuleba, a quem prometeu o apoio de Washington.
Por sua vez, em uma demonstração da gravidade da situação, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, se reuniu em Berlim com sua homóloga, Annegret Kramp-Karrenbauersu, e no final dessa reunião anunciou o envio de 500 soldados adicionais para a Alemanha.
Numa coletiva de imprensa com Kuleba na sede da Otan, Stoltenberg observou que "nas últimas semanas, a Rússia deslocou milhares de tropas prontas para o combate para a fronteira com a Ucrânia, no maior acúmulo de tropas russas desde a anexação ilegal da Crimeia em 2014".
Kuleba viajou a Bruxelas com o objetivo claro de obter o apoio da Otan, uma aliança militar à qual a Ucrânia se candidatou a aderir em 2008.
"A Rússia não poderá nos pegar de surpresa. A Ucrânia e seus amigos permanecem vigilantes", disse o diplomata.
Kuleba observou que a Rússia "continua acumulando tropas ao longo da fronteira, em nossos territórios ocupados e nos mares".
De acordo com o chefe da diplomacia ucraniana, a Rússia "está acumulando tropas no norte da Ucrânia, na Crimeia no sul e em Donbass no leste".