Contra a COVID-19, a ciência se mobiliza com dezenas de medicamentos em teste e uma centena de projetos de vacinas, embora ainda aguarde a grande descoberta que mudará o curso da doença.
- Dexametasona para reduzir a mortalidade
Barato e amplamente disponível, este corticoide é atualmente o único medicamento que parece melhorar a sobrevida entre os pacientes com COVID-19.
Mas diz respeito apenas aos pacientes mais graves, ou seja, aos que estão sob respiração artificial e, em menor grau, aos que recebem oxigênio através de uma máscara.
Entre os primeiros, a dexametasona reduz a mortalidade em um terço, de acordo com resultados preliminares do grande ensaio clínico britânico Recovery.
Essas descobertas ainda não foram publicadas em uma revista científica, mas seu anúncio na segunda-feira levou o governo britânico a comunicar que começaria imediatamente a aplicar esse tratamento.
A dexametasona, com um poderoso efeito antiinflamatório, é geralmente prescrita para tratar reações alérgicas, asma e artrite reumática.
- Remdesivir, com eficácia modesta
O New England Journal of Medicine publicou uma pesquisa em maio sobre a capacidade desse antiviral de reduzir o tempo de recuperação dos pacientes.
Mas sua eficácia não é espetacular: reduz esse período de 15 para 11 dias entre pacientes hospitalizados e não tem incidência na mortalidade.
Os Estados Unidos e o Japão validaram a autorização de emergência para usar o remdesivir em hospitais. A Europa está avaliando sua autorização no mercado.
Fabricado pelo laboratório Gilead, o remdesivir foi desenvolvido inicialmente - sem sucesso - contra o ebola.
- Hidroxicloroquina, uma saga
Promovido pelo presidente Donald Trump e pelo controverso médico francês Didier Raoult, esse tratamento até agora não se mostrou eficaz, muito pelo contrário.