A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) destacou nesta terça-feira (7) a resposta do Uruguai à pandemia da COVID-19 e revelou "o segredo" para preservar as conquistas alcançadas pelo país enquanto o novo coronavírus avança na região
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) destacou nesta terça-feira (7) a resposta do Uruguai à pandemia da COVID-19 e revelou "o segredo" para preservar as conquistas alcançadas pelo país enquanto o novo coronavírus avança na região.
"O Uruguai é o único país da América do Sul que tem uma taxa de incidência que cai regularmente nas últimas semanas", disse Sylvain Aldighieri, gerente de incidentes da COVID-19 da OPAS, em entrevista coletiva.
Desde os quatro primeiros casos anunciados em 13 de março, o Uruguai registrou 956 infecções e 28 mortes, o que "é uma baixa taxa de mortalidade", afirmou.
Como esse pequeno país sul-americano de 3,4 milhões de habitantes conteve a propagação do vírus?
Aldighieri destacou a implementação "muito precoce" das medidas de saúde pública recomendadas pela OPAS, o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS): distanciamento social, fechamento de escolas, cancelamento de grandes eventos e restrições viagem internacional.
Para o confinamento voluntário da população, ele disse que outros fatores foram adicionados, como a capacidade expandida do país para realizar testes de diagnóstico e o fato de ter uma "plataforma sólida" para o atendimento hospitalar.
É possível para o Uruguai manter essa excepcionalidade tendo o Brasil, o segundo país mais afetado no mundo pela pandemia, e a Argentina, que na segunda-feira registrou um recorde de 75 mortes por COVID-19 em um único dia?
Aldighieri acredita que sim, mas, apesar do baixo número de infecções, o reinício das atividades, paralisadas pelas medidas de confinamento adotadas nos estágios iniciais da pandemia, deve ser muito cuidadoso.
"Para preservar essas conquistas, o segredo está nos ajustes graduais nas medidas de saúde pública, em um contexto de detecção e rastreamento de contatos muito fortes, e uma capacidade laboratorial expandida que responde rapidamente às necessidades de pesquisa", afirmou.
O epidemiologista indicou que outro aspecto importante da resposta uruguaia foi a prevenção da gripe sazonal antes do inverno no hemisfério do sul se estabelecer, onde surtos de gripe são comuns.
"Gostaríamos de destacar, além de fortalecer a vigilância (da COVID-19), a importância de ter realizado campanhas de vacinação contra influenza", disse Aldighieri.
A diretora da OPAS, Carissa Etienne, exortou os países das Américas, o atual epicentro da pandemia, a permanecer vigilantes e seguir sempre o que a ciência indica.
"Os últimos seis meses abalaram nosso mundo. Os próximos seis meses não serão mais fáceis e não podemos baixar a guarda", delclarou.
ad/gm/lca