O Conselho de Segurança da ONU foi convocado neste sábado (11) a votar em uma renovação por um ano da ajuda transfronteiriça na Síria, ainda que com um dispositivo reduzido imposto pela Rússia, contrária à posição dos países ocidentais
O Conselho de Segurança da ONU foi convocado neste sábado (11) a votar em uma renovação por um ano da ajuda transfronteiriça na Síria, ainda que com um dispositivo reduzido imposto pela Rússia, contrária à posição dos países ocidentais.
O resultado da votação, celebrada por escrito pelas medidas de prevenção da COVID-19, que impedem as reuniões presenciais na ONU, é aguardado para o fim da tarde, segundo diplomatas.
A autorização da ONU para o mecanismo de ajuda humanitária transfronteiriça expirou na sexta-feira, após uma semana de discussões infrutíferas.
Alemanha e Bélgica, responsáveis pelo tema humanitário do caso sírio na ONU, entregaram aos sócios durante a noite um último projeto de resolução que prevê a manutenção de um único ponto de acesso na Síria, como alternativa aos dois existentes até a sexta-feira.
O ponto de passagem pela fronteira turca no noroeste da Síria, em Bab al Hawa, seria mantido "por um período de 12 meses até 10 de julho de 2021", segundo o texto obtido pela AFP.
Este ponto permite o acesso a quase 4 milhões de pessoas que vivem na região insurgente de Idlib, controlada pelo regime sírio.
O Conselho solicitaria também ao secretário-geral da ONU um relatório "ao menos a cada 60 dias".
Esta solução para o mecanismo transfronteiriço responde à demanda da Rússia, anunciada há várias semanas, de suprimir o ponto de acesso de Bab al Salam, que leva à região de Aleppo.
Para salvar pelo menos parte do mecanismo de ajuda, os países ocidentais renunciaram à sua "linha vermelha" de manter dois pontos de acesso.
No Twitter, o chefe da diplomacia da Alemanha, Heiko Maas, pediu à Rússia e China que não vetem mais um compromisso.
A autorização transfronteiriça das Nações Unidas permite a entrega de ajuda à população síria sem a necessidade de aprovação de Damasco.
A Rússia, que considera que o dispositivo viola a soberania de sua aliada Síria, destacou que o ponto de entrada de Bab al Salam é muito menos utilizado que o de Bab al Hawa e que a ajuda condicionada ao controle de Damasco poderia aumentar para a região de Aleppo.
Para os países ocidentais, estes argumentos não são válidos. Consideram que não há nenhuma alternativa confiável ao acordo transfronteiriço e argumentam que a burocracia e a política sírias impedem que a ajuda alcance de maneira efetiva as áreas não controladas pelo regime.
Na quarta-feira, os Estados Unidos chegaram a informar à AFP que manter dois pontos de acesso na Síria era uma "linha vermelha".